39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

DOENÇA DE MONDOR PENIANA: UMA REVISAO DA LITERATURA

Introdução e Objetivo

A Doença de Mondor peniana é uma condição clínica rara, benigna, autolimitada, caracterizada pela tromboflebite da veia dorsal superficial do pênis. Manifesta-se como massa palpável em forma de cordão espesso na face dorsal do pênis, associada ou não à dor. Doença de Mondor têm como causas trauma local, infecções, neoplasias ou mais comumente a forma idiopática. O diagnóstico é facilmente realizado através da história clínica e exame físico. Ultrassonografia com Doppler pode ser útil para complementar a investigação. Esse trabalho tem por objetivo realizar ampla revisão da literatura no intuito de expandir o conhecimento sobre essa doença, a fim de facilitar seu diagnóstico e condições clínicas subjacentes. 

Método

Foi realizada pesquisa bibliográfica na base Pubmed® por artigos em inglês publicados entre 2011 e 2021 com os seguintes descritores: “Mondor’s disease”, “Superficial Thrombophlebitis” e “Penile dorsal superficial vein”.

Resultados

Foram encontrados 19 trabalhos, dos quais 8 (42%) eram de revisão de literatura e 11 (58%) relatos de caso. Entre os fatores causais, a maioria foi relatada como idiopática, seguido por trauma (relação sexual frequente e/ou prolongada, masturbação excessiva), iatrogênica (varicocelectomia, injeção intracavernosa, biópsia prostática, uso de vácuo), infecciosas (infecções sexualmente transmissíveis) e neoplasias. A fisiopatologia, embora não totalmente compreendida, envolve estados pró-coagulantes e lesão tecidual, envolvendo a tríade de Virchow. O sintoma mais frequente é uma lesão endurada em forma de cordão na face dorsal do pênis, acompanhada ou não de dor, que pode gerar limitação da atividade sexual. O reconhecimento clínico da doença prescinde da utilização de exames complementares. O curso da doença é autolimitado, durando cerca de 4-8 semanas. Entretanto, o uso de anti-inflamatórios não esteroidais, compressas mornas e abstinência sexual podem ser usados para controle de sintomas. O tratamento cirúrgico é reservado para casos refratários e consiste na trombectomia e ressecção da veia dorsal superficial do pênis. 

Conclusão

A evolução da Doença de Mondor peniana geralmente é benigna e autolimitada. O reconhecimento clínico dessa patologia é fundamental para evitar o uso de exames complementares desnecessários, afastar condições clínicas subjacentes e tranquilizar o paciente quanto ao curso natural da doença. São necessários estudos com seguimento mais amplo para avaliar possíveis complicações tardias e sequelas. 

  

 

Área

Infecção

Instituições

HOSPITAL SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL - São Paulo - Brasil

Autores

FELIPE DOURADO MUNHOZ, EVERTON GUSTAVO DE OLIVEIRA, NELSON GASPAR DIP JR, ALEXANDRE CRIPPA SANT'ANNA, RONALD LADISLAU SILVA