39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

PREVALENCIA DE LUTS DURANTE E APOS COVID-19: UM ESTUDO COORTE PROSPECTIVO

Introdução e Objetivo

Embora alguns estudos tenham demonstrado que sintomas do trato urinário inferior (LUTS) podem ocorrer na COVID-19 aguda, não se conhece sua prevalência nem como evoluem após a doença. Neste estudo, acompanhamos uma coorte de pacientes hospitalizados para tratamento da COVID-19 para determinar a prevalência de LUTS e sua evolução.

Método

Neste estudo de coorte prospectivo, adultos hospitalizados devido à COVID-19 entre Julho/21 e Março/22 foram avaliados por meio dos questionários de sintomas IPSS, ICIQ-OAB e ICIQ-SF durante a internação, um mês e três meses após a alta hospitalar.

Resultados

No total, 168 pacientes foram incluídos. A idade mediana dos participantes foi 54.0 [39.5-64.8] e 53.0% eram homens. As comorbidades mais comuns foram hipertensão (36.3%), obesidade (33.9%), diabetes (19.1%) e transplante renal (17.3%). 96 (57.1%) haviam recebido vacinação completa contra COVID. O tempo médio de sintomas de COVID no momento de avaliação inicial foi de 12.5 (±6.7) dias.

O IPSS inicial mediano foi 4.0 [2.0-8.3] sendo que 31.0% tinham LUTS moderados a graves (IPSS>7). Sintomas de armazenamento foram mais prevalentes, com melhora nos meses seguintes (p=0.009). Nas avaliações realizadas após 1 e 3 meses da alta hospitalar houve redução do percentual de pacientes com sintomas moderados a graves e do impacto dos LUTS na qualidade de vida (p=0.020 e p<0.001, respectivamente). Os escores de IPSS foram similares entre homens e mulheres em todas as avaliações.

O escore mediano do ICIQ-OAB na fase aguda foi 2.0 [1.0-4.0], e não houve variação significativa ao longo do tempo. O escore mediano do ICIQ-SF foi 0.0 [0.0-5.0], e mulheres foram mais sintomáticas em todas as avaliações (p<0.001).

Os principais resultados estão expressos na tabela.

Conclusão

Este foi o primeiro estudo prospectivo que avaliou LUTS em pacientes na fase aguda da COVID-19 e nos três meses subseqüentes. Não encontramos relação entre comorbidades preexistentes e o risco de ter LUTS moderados a graves.

Sintomas urinários foram presentes na fase aguda da COVID, sendo os de armazenamento os mais prevalentes, com impacto na qualidade de vida dos pacientes. Houve melhora dos sintomas e da qualidade de vida nos meses subseqüentes.

Área

Disfunções Miccionais: IU / Urologia Feminina / Uroneurologia / Urodinâmica

Instituições

Hospital das Clínicas da USP - São Paulo - Brasil

Autores

JULIA DUARTE DE SOUZA, CRISTIANO MENDES GOMES, JOSÉ BESSA JR, THULIO BOSI, NATASSIA CRISTINA CARBONI TRUZZI, CAROLINA BEVILACQUA TRIGO ROCHA, BRUNO CAMARGO CALABRIA ARAUJO, HOMERO BRUSCHINI@UOL.COM.BR, WILLIAM CARLOS NAHAS, JULYANA KANATE MAZZONI MOROMIZATO