39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

INTELIGENCIA ARTIFICIAL: PERSPECTIVAS QUANTO AO CANCER DE PROSTATA

Introdução e Objetivo

Inteligência Artificial (IA) é um conjunto de tecnologias que empregam modelos de processamento em bancos de dados a fim de identificar padrões e reproduzir decisões humanas, de modo a combinar variadas fontes, analisá-las e sintetizar conhecimento. No âmbito das pesquisas relativas ao câncer de próstata, visa-se o emprego da IA no suporte ao diagnóstico, na tentativa de predição de desfechos e na estratificação de pacientes. Isto posto, o objetivo do presente estudo é elucidar a aplicação atual dessa tecnologia, as perspectivas futuras e as problemáticas envolvidas.

Método

Na plataforma PubMed foram utilizados os descritores: "artificial intelligence” [OR] “Machine Learning” [AND] “Prostatic Cancer”, avaliando-se artigos publicados em inglês nos últimos 10 anos.

Resultados

O câncer de próstata é o principal tema da urologia no qual a IA tem sido aplicada. Nesse campo, discute-se muito a análise de exames de imagem por meio do processo chamado “Radiômica”, no qual tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas são analisadas e comparadas com exames de anatomia patológica, buscando detectar padrões radiológicos equivalentes a achados microscópicos, e, com isso, obter informações que antes só seriam adquiridas pelo método invasivo. Um exemplo é a utilização de softwares de Machine Learning (ML), que buscam prever, através de padrões de ressonância magnética, o escore de Gleason, usado para classificar a doença. Todavia, ainda que a biópsia se mantenha necessária, a IA pode auxiliar a análise das lâminas e reduzir a variação inter-observador, além de aumentar a precisão e velocidade dos laudos. Nesse sentido, diversos estudos que compararam a acurácia diagnóstica entre patologistas e softwares obtiveram resultados satisfatórios.

No item predição de recorrência, frente a sua capacidade de processamento de dados, os algoritmos de ML são capazes de atingir níveis de precisão comparáveis aos nomogramas convencionalmente utilizados.

Por outro lado, os softwares de IA ainda precisam de mais estudos e validação, bem como é preciso expandir o conhecimento do profissional de saúde sobre seu modo de funcionamento e objetivo. Ademais, é fundamental debater sobre as consequências da implementação dessa tecnologia e a responsabilização pela tomada de condutas com base em informações fornecidas pela mesma.

Conclusão

Verifica-se, então, que a IA é uma ferramenta que tende a ser progressivamente incorporada à prática médica, com grande potencial a ser explorado. Carece, porém, de maior validação, bem como de domínio pelos profissionais.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Faculdade de Medicina da Bahia - Universidade Federal da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

GUSTAVO LOUSADO DE ALMEIDA, GILMAR SANTOS OLIVEIRA JUNIOR