39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

EXPRESSAO PROTEICA DE ONCOPROTEINA E6 EM TUMORES DE PENIS NO MARANHAO

Introdução e Objetivo

O câncer de pênis é considerado uma neoplasia rara em países desenvolvidos. No entanto, possui alta incidência em países em desenvolvimento, como os da América do Sul. O estado do Maranhão, Brasil, possui a maior incidência global já registrada da doença, sendo considerada um grave problema de saúde pública local. Diante disso, este estudo teve como objetivo avaliar o perfil de expressão da proteína E6 em tumores de pênis. 

Método

Foi realizado o levantamento de 100 casos diagnosticados em dois hospitais de referência no Maranhão (HUUFMA e HCAB). Todos os casos foram revisados histologicamente por dois patologistas distintos. A detecção de HPV foi conduzida por PCR qualitativa a partir de material biológico (DNA), utilizando os primers genéricos PGMY09/11 e GP5+/GP6+. A análise de expressão proteica foi conduzida por imuno-histoquímica, utilizando anticorpos monoclonais para cada marcador e seguindo as recomendações do fabricante.

Resultados

 análise de expressão proteica de E6  foi positiva em ​42​% dos​ casos. Quando avaliado o perfil clínico-​ ​​hi​​stopatológico, a maioria dos pacientes​ ​eram >60 anos, que realizaram penectomia parcial (71,4%), e possuíam lesões que​ ​acometiam a glande e o corpo peniano (59,5%), com padrão de crescimento igualmente​ ​distribuído entre ulcerado (26,3%), vegetante e/ou verrucoso (26,3) e ulcero-vegetante​ ​(26,3%) e tamanho variando entre 2,1 e 5,0 cm (61,9%). Do ponto de vista histológico,​ ​esses tumores eram principalmente de subtipos relacionados ao HPV (59,5%), pouco​ ​diferenciados (64,3%), sem invasão angiolinfática (54,8%) e com invasão perineural​ ​(50%). A ausência de expressão de E6 foi associada à tumores bem diferenciados (p=0,001), ausência de invasão angiolinfática (p=0,001) e perineural (p=0,001), estadiamento I-II (p=0,01) e tumores condilomatosos (p=0,005). A positividade para E6 esteve associada a presença de metástase linfonodal (p=0,001) e extensão extranodal (p=0,02). A positividade para E6 (variável independente) também esteve associada à metástase linfonodal (variável dependente) na análise por regressão logística binária (p= 0,037 / OR 6,792 / IC 1,120 – 41,187). Pacientes com tumores E6-positivos tiveram​ ​​sobrevida livre de doença diminuída em comparação aos casos negativos para E6, no entanto, essa diferença​ ​não foi estatisticamente significante pelo teste de log-rank (p= 0,17).​

Conclusão

​Os achados desta pesquisa  revela um perfil de expressão de proteica​ ​com importantes associações com fatores diagnósticos e prognósticos.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA - Maranhão - Brasil

Autores

PALOMA LARISSA ARRUDA LOPES, ANTONIO AUGUSTO LIMA TEIXEIRA JÚNIOR, GYL EANES BARROS SILVA