Dados do Trabalho

Título

EPIDEMIOLOGIA DO CANCER DE PROSTATA NA REGIAO SUL DO BRASIL ENTRE 2011 E 2019: UMA ANALISE SOBRE CUSTO, IDADE, DIAS DE INTERNAÇAO E INCIDENCIA

Introdução e Objetivo

Estudos epidemiológicos são de grande valia para a compreensão da prevalência das doenças, auxiliando na busca ativa dos enfermos. O CDC credita aos médicos epidemiologistas um acréscimo de 25 anos de vida à população estadunidense desde 1947. Nesse escopo, uma importante ferramenta para a construção do quadro epidemiológico são os exames de screening, como é o Antígeno Prostático Específico (PSA) para o câncer de próstata, que vitimou 130.765 brasileiros entre 2011 e 2019, sendo o segundo tipo mais frequente em homens no Brasil.   

Método

Fez-se um estudo ecológico transversal utilizando dados secundários obtidos do Sistema de Internação Hospitalar (SIH) do DataSUS. Apenas os registros de CID C61 que residem nos municípios do Sul do Brasil foram escolhidos no período estudado. Os dados populacionais foram coletados das estimativas do DataSUS. Taxas de incidência foram determinadas por meio da razão entre o número de casos pela população e ajustados por uma constante. O teste de Mann-Kendall foi feito para avaliar a tendência temporal da incidência média de câncer de próstata. As informações epidemiológicas, como custo de internação, idade, dias de internação e incidência foram correlacionadas para cada CID.  

Resultados

O perfil de internações apresentou predomínio de idosos ( média 68, 97 ± 9,65 anos). O tempo de internação médio foi de aproximadamente  5 ± 5,86 dias (coeficiente de variação = 117,2%). Houve aumento da incidência média (p = 0,00058), enquanto que a incidência cumulativa de câncer de próstata no período estudado foi de aproximadamente 287 casos / 100 mil habitantes (IC95%; 284; 290). O custo hospitalar total no Sul foi de R$ 76.016.322

Conclusão

Os achados concordam com a literatura, que demonstra uma maior ocorrência da neoplasia em homens com 65 anos ou mais, tendo uma idade média para o diagnóstico de 66 anos. A elevação no número de diagnósticos de câncer de próstata pode estar associada ao maior acesso a exames de screening, principalmente ao PSA, que possibilitou o diagnóstico de neoplasias de manifestação subclínica. Por fim, nota-se o substancial custo hospitalar relacionado ao manejo da doença, a qual, se diagnosticada precocemente, simplifica sua resolução.