39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DO COMPORTAMENTO SEXUAL NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID-19 ENTRE JOVENS UNIVERSITARIOS

Introdução e Objetivo

As infecções sexualmente transmissíveis são doenças causadas pelo contato sexual desprotegido. Mesmo com o aumento significativo nos últimos anos da veiculação de campanhas para prevenção de infecções e educação sexual nas escolas, sua incidência no Brasil vem aumentando e sabe-se que a faixa etária dos universitários é uma população de risco para exposição a essas doenças. Com a pandemia do COVID-19, medidas de distanciamento foram adotadas e, com isso, as relações sociais se reestruturaram e postula-se que o relacionamento interpessoal e o número de relações sexuais também foram afetados. Nesse sentido, esse estudo tem como objetivo descrever o comportamento sexual dos universitários brasileiros e seu impacto durante a pandemia.

Método

Trata-se de um estudo descritivo transversal realizado entre os anos de 2021 e 2022. Foram analisadas respostas de 407 questionários completos online divulgados para alunos de todo o Brasil através de mídias sociais com o objetivo de avaliar o comportamento sexual e infecções em adultos universitários e sua relação com as mídias sociais durante e após a pandemia do COVID-19. 

Resultados

407 universitários de 17 a 38 anos (média de 22,3 anos) responderam ao questionário, sendo 82,1% (n=334) alunos de faculdade privada e 17,9% (n=73) de faculdade pública. Desses, 93,3% participantes possuem vida sexual ativa (n=382), sendo que 68,6% participantes (n=279) receberam algum tipo de orientação sexual durante a escola. No entanto, apenas 38,3% (n=156) relataram usar camisinha em todas as relações sexuais. Em relação aos aplicativos de encontro, 48,2% (n=196) fazem uso, porém apenas 32,3% (n=131) referem ter iniciado de fato um relacionamento. Já em relação às infecções sexualmente transmissíveis, 10,3% (n=42) já tiveram algum tipo de contágio, sendo o HPV o mais comum deles presente em 28,5% dos casos (n=12). Durante a pandemia 45% (n=184) dos jovens relataram uma diminuição do número de relações sexuais. Enquanto a prática de masturbação aumentou em 42% (n=172) dos casos.

Conclusão

Apesar da maioria dos estudantes terem algum contato com educação sexual previamente à entrada na universidade, observamos que ainda há uma parcela significativa que adota comportamentos de risco para contágio de infecções sexualmente transmissíveis. Além disso, o impacto da pandemia interferiu diretamente na prática sexual desses jovens e seus efeitos ainda precisam ser mais bem estudados a longo prazo.

Área

Disfunção Sexual

Instituições

Disciplina de Urologia do Centro Universitario FMABC - São Paulo - Brasil

Autores

LEONARDO SELIGRA LOPES, PEDRO FERNANDES LESSA, RENATO HIDEKI OSUGI, BRUNO SHOUTA YAMASHITA, ROBERTO VAZ JULIANO, SIDNEY GLINA