Dados do Trabalho
Título
CORREÇAO DE FISTULA RETO-VESICOVAGINAL POR RETALHO DE MARTIUS E COLPOCLEISE
Introdução e Objetivo
A fístula vesicovaginal (FVV) é o tipo mais comum de fístula no trato urinário e suas principais causas são obstétricas, cirúrgicas, neoplásicas, traumáticas, actínicas e inflamatórias, semelhantemente às fístulas reto-vaginais, que constituem cerca de 5% das fístulas anais. O tratamento é essencialmente cirúrgico, com destaque para a abordagem vaginal e a técnica de retalhos. Várias técnicas são descritas na literatura, mas o retalho de Martius apresenta cerca de 86,5% de sucesso. Neste vídeo é relatado caso inovador, no qual as fístulas vesico-retovaginal de uma paciente de 55 anos, com histórico de radioterapia, são corrigidas por técnica de retalho de Martius e colpocleise, de forma a transformar a fístula complexa em uma neobexiga, permitindo a eliminação da urina pelo reto. O presente caso tem como objetivos: relatar a técnica inovadora de correção de fístulas vesicovaginais e retovaginais por meio de Retalho de Martius e Colpocleise, formando uma neobexiga; e demonstrar os benefícios da técnica para a qualidade de vida dos pacientes, sendo uma abordagem viável e segura para a reparação de fístulas.
Método
Trata-se de um vídeo de relato de caso de uma paciente do sexo feminino, de 55 anos, com fístulas vesicovaginal e retovaginal, de provável origem actínica, com histórico de radioterapia e braquiterapia por um carcinoma epidermoide moderadamente diferenciado, invasivo, de colo uterino. Com a paciente em decúbito dorsal e em posição de litotomia, foi realizado procedimento de Retalho de Martius, seguido de colpocleise.
Resultados
Paciente em decúbito dorsal horizontal e em posição de litotomia; sondagem vesical de demora, realizada incisão circular em canal vaginal a 4 cm do hímen, dissecção da mucosa vaginal e sutura dos flaps proximais viabilizando o fechamento do canal vaginal proximal. É feita incisão sobre grande lábio, dissecção de coxim gorduroso, tunelização com orifício de saída em região distal a sutura proximal e acomodação de coxim gorduroso; é feito o fechamento dos flaps distais e da pele de grande lábio. Aloca-se dreno tubular em canal anal a fim de aumentar a drenagem de urina. Paciente retorna sem novas queixas, referindo saída de urina apenas pelo reto, sem demais intercorrências.
Conclusão
A correção cirúrgica é a base do tratamento e pode ser abordada por diferentes vias. Neste vídeo, relatamos uma técnica inovadora, que oferece benefícios em relação à morbidade do caso e mostra-se uma abordagem viável e vantajosa para o reparo de fístulas.
Área
Disfunções Miccionais: IU / Urologia Feminina / Uroneurologia / Urodinâmica
Instituições
Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
PEDRO DIEB MINGIONE, BRUNA DO NASCIMENTO SANTOS CROUZILLARD, GABRIELA MARTINS VASCONCELOS, RAFAEL ERNST GRUNEWALD, JOÃO VICTOR BRAZ SCARPA MARIANO PEREIRA, LUIS GUSTAVO MORATO DE TOLEDO