39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

LEIOMIOMA URETRAL RECORRENTE FEMININO: TRATAMENTO CIRURGICO

Introdução e Objetivo

O leiomioma uretral é extremamente raro, com menos de 150 casos na literatura. Os sintomas estão relacionados a localização e tamanho da lesão, os mais comuns são sensação de massa na uretra, dispareunia, sintomas de armazenamento e esvaziamento . Os exames de imagem são fundamentais para o planejamento cirurgico adequado e a análise anatomopatológica é essencial para diferenciação entre leiomiosarcoma. O tratamento de escolha é a ressecção cirúrgica, com baixas taxas de recorrência. O objetivo do presente trabalho é apresentar a tecnica de excisão cirúrgica do leiomioma e reconstrução da uretra.

Método

Realizado de um vídeo explicativo da tecnica cirurgica e apresentação de um relato de caso

Resultados

Paciente feminina, 39 anos, com queixa de nódulo periuretral. A hipótese diagnóstica prévia foi de cisto de Skene, ressecada há quatro anos, com dignóstico  anatomopatológico de leiomioma. Encaminhada à nossa equipe após apresentar recidiva da lesão com crescimento progressivo há um ano, acompanhado de sintomas de esvaziamento e dispareunia. O exame físico evidenciou nódulo em região supra-uretral, com deslocamento do meato uretral inferiormente. A RM mostrou uma lesão nodular expansiva, medindo 2,6 x 2,2 x 2,4 cm, de limites bem definidos, localizada no terço distal da uretra. Foi proposto a ressecção cirúrgica. O procedimento ocorreu em posição de litotomia sob raquianestesia. Realizado uma incisão suprameatal e dissecção da lesão dorsal e lateralmente. A face posterior da lesão apresentava íntimo contato com a uretra, e suspeita de invasão, impossibilitando sua preservação. Submetida à recontrução uretral em dois planos de sutura contínua com fios de polidioxanona 5-0. Em seguida, reconstruímos os ligamentos puboretrais com fios de poliglactina 4-0 para restabelecer o suporte uretral e posicionamento anatômico. Recebeu alta no primeiro pós-operatório com cateter de Foley, retirado no décimo quarto dia. Sem sintomas de esvaziamento e continência preservada. Aos seis meses de seguimento, apresentava meato tópico sem sinais de retração ou deslocamento. A avaliação anatomopatológica revelou leiomioma atípico (simplásico), com atipia, ausência de necrose, ausência de figuras mitóticas, baixo índice proliferativo (Ki-67: 6,99%) e margem de ressecção cirúrgica livre. 

Conclusão

A recidiva da lesão requer nova excisão, não havendo indicação de radioterapia adjuvante. O desafio é ressecar totalmente a lesão preservando as estruturas. É crucial reconstruir a uretra e o suporte de tecido conjuntivo para manter a função urinária adequada.

Área

Disfunções Miccionais: IU / Urologia Feminina / Uroneurologia / Urodinâmica

Instituições

Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

ANDRE CANETTIERI RUBEZ, FABIO FRANCO DE OLIVEIRA JUNIOR, JOAO MARCOS IBRAHIM DE OLIVEIRA, CAIO DE OLIVEIRA, GABRIEL CHAHADE SIBANTO SIMOES, ANA BEATRIZ PEREIRA DE SOUZA, IVAN BORIN SELEGATTO, NATALIA DALSENTER, LUCAS MIRA GON, CASSIO LUIS ZANETTINI RICCETTO