39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

ANOMALIAS CONGENITAS UROGENITAIS: PANORAMA EPIDEMIOLOGICO NACIONAL

Introdução e Objetivo

Anomalias congênitas urogenitais possuem alta prevalência, com apresentação clínica ampla, desde casos pouco sintomáticos até alterações dismórficas graves e potencialmente letais. Objetivo: Descrever o panorama epidemiológico dos casos de anomalias congênitas do aparelho urogenital no Brasil.

Método

Estudo epidemiológico, baseado em dados dos casos de anomalias congênitas do aparelho urogenital no Brasil, excetuando os casos de criptorquidia, obtidos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), de 2012 a 2021.

Resultados

No período, foram notificados 18.588 casos de anomalias congênitas urogenitais no Brasil, que representou 7,7% de todos os casos de anomalias congênitas. O Sudeste e Nordeste foram as regiões com mais casos de anomalias congênitas urogenitais, respondendo por 44,6% e 29,6%, nessa ordem. Já os estados foram São Paulo (29,4%), Pernambuco (7,5%), Rio de Janeiro (6,8%), Bahia (6,3%) e Rio Grande do Sul (6,2%). As anomalias congênitas mais frequentes foram hipospádia (53,6%), hidronefrose (7,9%), agenesia renal (6,4%) e hermafroditismo (4,2%). Quanto ao perfil das crianças com anomalias congênitas urogenitais, 86,5% eram do sexo masculino e 57,9% eram pretas/pardas. No que diz respeito a avaliação imediata do recém-nascido, 29,7% e 14,8% apresentavam escore de Apgar menor ou igual a 7, respectivamente, no primeiro minuto e no quinto minuto; 7,5% tinham peso ao nascer inferior a 1.500 gramas. Sobre o perfil das genitoras, 15,2% tinham menos de 20 anos, 38,4% tinham 30 anos ou mais, 43,7% eram solteiras, separadas ou viúvas e 81,6% tinham 8 anos ou mais de estudo. O pré-natal foi categorizado como não adequado em 28,8% dos casos e 32,5% tiveram apenas 6, menos ou nenhuma consulta. Quanto a gestação, 27,0% duraram menos de 37 semanas, 96,4% foi gravidez única e 64,0% nasceram de parto cesáreo.

Conclusão

Destaca-se o número importante de casos de anomalias congênitas urogenitais no Brasil, principalmente no Sudeste e Nordeste. Inequívoca predominância do sexo masculino e quase um terço dos casos não apresentavam boa vitalidade no primeiro minuto de vida. Diante desse cenário, é imprescindível uma melhor compreensão acerca dos fatores associados, bem como ampliação do arsenal diagnóstico intrauterino e terapêutico de modo a possibilitar sobrevida com qualidade aos portadores das anomalias. Por fim, é urgente a ampliação da cobertura do pré-natal, visto que se trata de um momento oportuno e precoce para investigação e planejamento de abordagem terapêutica de algumas dessa anomalias urogenitais.

Área

Urologia Pediátrica

Instituições

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB - Bahia - Brasil

Autores

VINICIUS NASCIMENTO DOS SANTOS, HUMBERTO FRANÇA FERRAZ DE OLIVEIRA