39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

ENUCLEAÇAO DA PROSTATA COM HOLMIUM LASER: AVALIAÇAO EVOLUTIVA DOS PRIMEIROS 300 CASOS DE UM SERVIÇO DE REFERENCIA EM MINAS GERAIS

Introdução e Objetivo

A longa curva de aprendizado, dificuldade de acesso aos equipamentos necessários à cirurgia, além dos custos arcados pelos pacientes em alguns países são os principais entraves para disseminação da enucleação prostática endoscópica. Os trabalhos avaliam em torno de 20 a 30 casos para adaptação à técnica e em média 50 casos para o platô em termos de tempo cirúrgico, eficiência, resultados e redução de complicações. O presente estudo visa analisar os primeiros 300 casos de Enucleação Prostática com Holmium Laser realizados em um centro de referência brasileiro. 

Método

Trata-se de estudo retrospectivo que avaliou primeiros 300 casos realizados por dois cirurgiões em um centro de referência brasileiro com Proctoria por um cirurgião experiente nos primeiros 30 casos. Foram divididos 3 grupos: os primeiros 50 casos, do 51 ao 150 e do 151 ao 300, com follow up médio de 12 meses. Para análises comparativas realizou-se Teste de Kruskal Wallis, o pós-teste de Dunn para comparações múltiplas, e Testes de Mann-Whitney e Exato de Fisher. Em todas as análises realizadas, as diferenças obtidas foram estatisticamente significativas quando o valor de p<0,05. 

Resultados

Os pacientes foram homogêneos nos 3 grupos. Idade média 68,8 anos, índice de massa corpórea de 27 kg/m2, PSA médio 2,3 ng/ml, IPSS médio 17, volume prostático médio 95g e fluxo máximo médio 7,7 ml/seg. A transição grupo 1 e 2 foi o marco do platô do tempo cirúrgico (1: 143,88 minutos; 2: 125,11 minutos e 3: 115,3 minutos, p < 0,001). O volume de irrigação peroperatória caiu após a primeira curva (1: 66,5l; 2: 59l e 3: 56,4l; p = 0,034). Foram semelhantes: o tempo de irrigação pós operatória (1: 17 h; 2: 18,5 h e 3: 16,7 h, p = 0,076), a taxa de hemotransfusão (apenas 1 paciente no grupo 2), o tempo de cateterismo vesical (1: 29,6 h; 2: 30,5 h e 3: 29,4 h, p> 0,05), disúria e hematúria após a cirurgia. A média do IPSS pós-operatório aos 3 meses caiu para 4,84, aos 6 meses 4,61 e aos 12 meses 2,58. Urofluxometria com Qmáx pós-operatório médio foi de 23ml/seg (p > 0,05). Estenose de uretra ocorreu em 2 casos, ambos no primeiro grupo. 

Conclusão

Qualquer nova técnica cirúrgica demanda um período de adaptação e desenvolvimento de expertise. A literatura atual cita em torno de 30 a 50 casos para a proficiência em Enucleação Prostática com Holmium Laser. O presente estudo corrobora com esses dados. A proctoria com cirurgião experiente é relevante para encurtar a curva de aprendizado e melhorar resultados.

Área

HPB

Instituições

Hospital Felício Rocho - Minas Gerais - Brasil

Autores

FILIPE DE PAULA MARTINS, STELLA D´ÁVILA DE SOUZA RAMOS, JAIRO ALONSO GIRALDO GALVIS, MATHEUS BARBOSA SOUTO, DENILSON SANTOS CUSTODIO, HILARIO ANTONIO DE CASTRO JUNIOR