Dados do Trabalho
Título
COMPARAÇAO ENTRE PET-PSMA E PET-FDG NO ESTADIAMENTO DE PACIENTES COM CARCINOMA UROTELIAL DE BEXIGA MUSCULO INVASIVO
Introdução e Objetivo
O câncer de bexiga músculo invasivo (CBMI) apresenta altas taxas de metástase e recorrência, o que faz com que seu tratamento permaneça um grande desafio. Apesar do surgimento de novas drogas para tratamento, as taxas de resposta e sobrevida se mantém limitada, o que torna essencial a procura por um marcador sensível e eficiente o suficiente para guiar a prática clínica. Nos últimos anos, estudos mostram que a tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT) com 18F-fluorodesoxiglicose (FDG) apresenta potencial relevância no estadiamento de CBMI. Estudos mais recentes mostram que o antígeno de membrana prostática específica (PSMA) é expresso na vascularização do carcinoma de células uroteliais, o que o leva a ser um potencial marcador, em especial o traçador 18F-PSMA-1007 que, em contraste com os demais radiofármacos, é excretado principalmente pelo fígado, permitindo uma boa avaliação do trato urinário. Com este estudo esperamos verificar a correlação dos exames PET-FDG e PET-PSMA com o estadiamento convencional do CBMI e verificar o benefício da introdução destes exames na prática clínica.
Método
Estudo prospectivo no qual os pacientes com CBMI com doença em atividade (recém diagnosticados, antes de iniciar tratamento ou em vigência de tratamento e que apresentem sinais de progressão da doença sinais de progressão de doença) serão convidados a realizar estadiamento adicional com PET-FDG e PET-18F-PSMA-1007.
Resultados
Realizamos PET-18F-PSMA-1007 e PET-FDG, sequencialmente em quatro pacientes com CBMI. Com imagens de FDG sem uso de diurético, não foi possível identificar o tumor primário ou avaliar qualquer porção do trato urinário, devido a sua intensa excreção urinária. Com imagens de 18F-PSMA, por outro lado, foi possível caracterizar as lesões primárias e também sítios de metástases não detectados com FDG, mesmo sem o uso de diurético. Em alguns sítios a captação FDG foi mais intensa que a de 18F-PSMA. Certamente a evolução dessas lesões será alvo de uma segunda etapa do estudo, bem como a correlação entre a expressão do traçador e outras características clínico-patológicas, como metástase, estágio clínico e progressão da doença.
Conclusão
O PET-18F-PSMA-1007 desponta como potencial ferramenta para melhor estadiamento dos pacientes com CBMI, nos quais uma análise do volume tumoral mais detalhada pode ser particularmente útil na otimização da seleção de pacientes adequados para as diferentes estratégias terapêuticas.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
Unicamp - São Paulo - Brasil
Autores
LEONARDO REIS, JULIANO TOMÉ RODRIGUES, NATÁLIA DALSENTER AVILEZ, ARTHUR DEGANI OTTAIANO, RICARDO NORBERTO TINEO, FREDERICO LEAL, HELENA SAITO, BÁRBARA JUAREZ AMORIM, JOSÉ BARRETO CAMPELLO CARVALHEIRA, CELSO DARÍO RAMOS