Dados do Trabalho
Título
ANALISE EVOLUTIVA DE 12 MESES DE PACIENTES SUBMETIDOS AO TRATAMENTO DA HIPERPLASIA PROSTATICA COM UROLIFT
Introdução e Objetivo
Nos últimos anos surgiram tecnologias minimamente invasivas para o tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), das quais o Sistema Urolift, que consiste na inserção de dispositivos implantáveis para compressão dos lobos prostáticos laterais e mediano, promovendo a abertura mecânica da uretra prostática. Esse procedimento pode ser realizado em regime ambulatorial ou de hospital-dia, com rápida recuperação, melhora dos parâmetros urinários e preservação da função ejaculatória. Avaliar a evolução dos parâmetros urinários, eventos adversos e falha terapêutica nos pacientes submetidos ao Sistema Urolift durante o período de 12 meses.
Método
Foram avaliados 19 pacientes submetidos ao procedimento de Urolift no Hospital Militar de Área de São Paulo de julho de 2021 a julho de 2022. Os pacientes foram avaliados com aplicação do questionário de Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (IPSS), avaliação do resíduo pós-miccional através de ultrassonografia de próstata (USG) e fluxo máximo na urofluxometria livre (Qmáx) no pré-operatório e em 1, 3, 6 e 12 meses após o procedimento. Foram calculadas as médias de todas as variáveis dos pacientes nos períodos citados. Também foram avaliados os principais eventos adversos, necessidade de cateterização vesical e de retratamento por falha terapêutica.
Resultados
Os pacientes tinham idade média de 65,5 anos e média de volume prostático ao USG de 45,5cm³. Observou-se queda do IPSS (13,7 vs 6,3 pontos) e do resíduo pós-miccional (48,4mL vs 22,8mL), aumento do Qmáx (10,7 vs 12,7) e melhora da qualidade de vida (2,55 vs 1,07), todos contemplando significância estatística (p<0.5). Houve necessidade de cateterização vesical em dois pacientes (10%) por retenção urinária pós procedimento, com uso de cateter vesical em média por 3 dias. Os eventos adversos mais comuns foram disúria e hematúria leves e de duração média menor que quinze dias. Dois pacientes (10%) foram retratados com Urolift devido a resolução parcial dos sintomas decorrentes da HPB. Nenhum paciente retornou ao tratamento farmacológico para sintomas do trato urinário.
Conclusão
O Urolift faz fazer parte do arsenal para tratamento da hiperplasia prostática benigna como uma forma minimamente invasiva oferecendo alívio imediato dos sintomas urinários, melhora da qualidade de vida e do fluxo urinário, podendo ser realizado em regime hospital-dia, com poucos eventos adversos, rápido retorno à rotina e baixa taxa de reintervenção no horizonte de um ano.
Área
HPB
Instituições
Hospital Militar de Área de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
RAFAEL TSUTOMU MARTINS YADOYA, RAFAEL EHRENFREUND, MATHEUS MARQUES PAULO, RODRIGO PERRELLA, RICARDO VITA