Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM CARCINOMA DE CELULAS RENAIS: SETE ANOS DE EXPERIENCIA EM UM HOSPITAL TERCIARIO DO SUL DO BRASIL

Introdução e Objetivo

O carcinoma de células renais é responsável por aproximadamente 3% das neoplasias nos adultos e acomete principalmente homens entre 55 e 74 anos. O tipo histológico mais comum é o carcinoma de células claras, seguido pelo papilífero e cromófobo. O tratamento padrão ouro é a ressecção cirúrgica, quando em estágios iniciais da doença. O objetivo deste trabalho é avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes, as características dos tumores e o tratamento cirúrgico realizado em um centro terciário no Sul do Brasil.

Método

Foram incluídos pacientes com carcinoma de células renais submetidos a nefrectomia nos anos de 2017-2023 em um hospital terciário do Sul do Brasil. Foram avaliadas características da população estudada, o estadiamento TNM (Tumor, Node, Metastasis) - seguindo as recomendações da American Joint Committee Cancer (2017), o subtipo histológico e o tratamento cirúrgico realizado.

Resultados

A tabela a seguir exprime os resultados encontrados na população estudada comparando os sexos feminino e masculino quanto aos parâmetros avaliados.

Conclusão

O carcinoma de células renais apresentou maior prevalência no sexo masculino (61,3%), muito próximo da proporção descrita na literatura, 2:1. Também ao encontro da literatura, não houve diferença significativa da idade média de acometimento entre os sexos e, em ambos, a incidência de tumores sólidos foi de cerca de 90%. Não houve diferença significativa no estadiamento TNM - sendo as classes T1a T1b as mais comuns, totalizando 66,7% nas mulheres e 68,4% nos homens. O subtipo histológico mais comumente encontrado - de células claras - teve prevalência similar àquela encontrada na literatura, cerca de 80-90%. Embora o tratamento de escolha para os tumores menores que 7 cm seja a nefrectomia parcial, foi observada uma menor realização deste tipo de cirurgia - 50% nas mulheres e 52,6% nos homens - comparado ao total de pacientes no estádio T1 - superior a 60% em ambos os sexos. Ademais, os dados obtidos neste estudo demonstram uma permanência do perfil epidemiológico desta doença na população analisada e acrescentam informações sobre a epidemiologia do carcinoma de células renais na população brasileira, podendo servir de base para estratégias futuras de prevenção e rastreamento da doença.