39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

BIOPSIA DE PROSTATA: UMA ANALISE DESCRITIVA EM UM CENTRO UNICO

Introdução e Objetivo

A biópsia pré-operatória é um procedimento realizado antes da Prostatectomia Radical (PTR), uma cirurgia de vanguarda utilizada no tratamento do câncer de próstata localizado. Através dela podemos classificar o paciente conforme o grau ISUP, e, portanto, ter ideia da agressividade do tumor. Nesse sentido é fundamental obter dados sobre esse procedimento em um centro de referência uro-oncológico. O objetivo do estudo é realizar uma análise descritiva dos dados de biópsia pré-operatória de pacientes submetidos a PTR minimamente invasiva.

Método

Estudo de coorte prospectiva, com 524 pacientes, maiores que 18 anos, submetidos à PTR robótica ou laparoscópica no período entre novembro de 2016 e dezembro de 2022. Os dados incluem: Número total de fragmentos retirados, fragmentos positivos encontrados na biópsia, Grau ISUP na biópsia pré-operatória, grau ISUP na anatomia patológica (AP) do pós-operatório, presença de upgrade (aumento do grau ISUP da peça cirúrgica pós-operatória quando comparado ao ISUP da biópsia), downgrade (diminuição do grau ISUP na peça cirúrgica pós-operatória quando comparado ao ISUP da biópsia), lateralidade do tumor identificado na biópsia e lateralidade do tumor identificado na AP. As variáveis numéricas foram expressas como mediana/intervalo interquartílico (IQ) e as categóricas foram expressas como quantidade e porcentagem. 

Resultados

A mediana do número de fragmentos por biópsia foi 18 IQ 16-18-19, enquanto a mediana do número de fragmentos positivos foi 6 IQ 3-6-8. A análise pré-operatória da biópsia revelou que dos pacientes avaliados, 198 (37,8%) foram classificados como grau ISUP 1, 178 (34%) como grau ISUP 2, 69 (13,2%) como grau ISUP 3, 50 (9,5%) como grau ISUP 4 e 25 (4,8%) como grau ISUP 5. No entanto, o resultado do exame anatopatológico posterior demonstrou que 74 (14,1%) pacientes foram classificados como grau ISUP 1, 278 (53,1%) como grau ISUP 2, 89 (17%) como grau ISUP 3, 19 (4%) como grau ISUP 4 e 41 (7,8%) como grau ISUP 5. Dessa maneira, o upgrade foi evidenciado em 172 (32,8%) pacientes, ao passo que o downgrade foi observado em 60 (11,5%) pacientes. Quanto a lateralidade do tumor identificadas na biópsia, 321 (60,1%) foram bilaterais e 203 (38%) foram unilaterais. Enquanto a análise da AP, identificou 436 (81%) com lesões bilaterais e 64 (11,9%) unilaterais.

Conclusão

Portanto, evidencia-se que na amostra em questão há um predomínio de ISUP grau 1 e 2, de lesões bilaterais na biópsia e na AP, e de manutenção do grau ISUP na análise pós-operatória. No entanto, há necessidade de mais estudos para elucubrar as causas e consequências dessa diferença no grau ISUP e da lateralidade das lesões entre esses dois procedimentos.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Hospital Cárdio Pulmonar - Bahia - Brasil

Autores

DIMITRI PORTO FAHEL, JOAO GABRIEL TORRES, MATHEUS FRANCO QUADROS CORTES, ANTONIO BRAGA MARTINELLI, LEONARDO BATISTA DOURADO, MATHEUS SILVA FLORES, DAN PERDIZ FUCS MACHADO, FILIP MESSIAS SANTANA PRADO, RAFAEL ROCHA TOURINHO, LUCAS TEIXEIRA E AGUIAR BATISTA