39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

FATORES RELACIONADOS A COMPLICAÇOES INFECCIOSAS APOS BIOPSIA TRANSRETAL EM HOSPITAL DE NIVEL SECUNDARIO DE COMPLEXIDADE

Introdução e Objetivo

A biópsia transretal ainda é um procedimento muito frequente no diagnóstico do câncer de próstata. Nosso serviço têm adotado medidas preventivas através de um protocolo rigoroso, com profilaxia aumentada e guiado por swab trasretal pré-procedimento. Exploramos a hipótese de que as complicações infecciosas tem sido menos frequentes, descrevendo possíveis fatores de risco relacionados.

Método

Coorte retrospectiva com 312 pacientes submetidos à biópsia de próstata transretal em hospital secundário, entre os anos de 2017 e 2023, seguindo dois protocolos de profilaxia distintos. Um adotou-se a ciprofloxacina/gentamicina (P1); outro adotou-se amoxicilina-clavulanato/ceftriaxona combinado com ATB específico em casos de resistência no SWAB retal (P2). Dados demográficos, índice de comorbidades de Charlson (CCI), exames, resultados do ultrassom, esquema de profilaxia e dados de biópsia foram confrontados com os desfechos de complicações infecciosas ou não; complicações leves e complicações maiores (retenção urinária aguda, sangramentos com internação, prostatite [febre, dor e sintomas irritativos] e sepse). Avaliamos a ocorrência ou não de complicações maiores; avaliamos as complicações maiores individualmente; e também em relação ao índice CCI ⪰ 2. Análises univariadas, teste t-student e teste qui-quadrado, foram realizadas com significância p<0,05.

Resultados

Apenas 82 pacientes(26,3%) apresentaram complicações pós-biópsia, sendo 84,1% infecciosas e 18,3% não-infecciosas. As complicações distribuiram-se: leves(71,9%), sangramentos(6,1%), RUA(9,8%), prostatites(15,8%) e sepse(1,2%). Um total de 230(73,7%) dos pacientes foram submetidos ao esquema P1 de profilaxia, e 82(26,3%) ao P2. As complicações infecciosas foram 23,9% e 17,1% respectivamente paras os esquemas P1 e P2, p=0,2. Identificamos que o esquema P2 está associado à uma menor frequência de complicações totais. Quando confrontamos pacientes com CCI ⪰ 2 com os demais, encontramos que há diferença na frequência de complicações maiores, sangramentos e sepse; porém, não há diferença na frequência de complicações leves, RUA e prostatites, Tabela 3.

Conclusão

No estudo, a ocorrência de complicações após a biópsia está relacionada com o esquema de profilaxia empregado, e com as condições clínicas dos pacientes. Estudos mais detalhados serão necessários para determinar os fatores de risco determinantes para a ocorrência de complicações, ajudando na tomada de decisões relacionadas ao rastreamento e diagnóstico do câncer de próstata.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

RAFAEL DEL CIAMPO SILVA, JOÃO VICTOR FUZETA PERES, RODOLFO BORGES DOS REIS, ANTÔNIO ANTUNES RODRIGUES JUNIOR, HENRIQUE DONIZETTI BIANCHI FLORINDO, FELIPE AZENHA LAMÔNICA, HEITOR RAMOS RUELLAS, GUSTAVO DE PADUA BRAZAO, RODRIGO COELHO CARVALHO, REINALDO RIBEIRO FEITOSA