39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

RELAÇAO DA CLASSIFICAÇAO DE D’AMICO COM AS MUDANÇAS DE ESTADIAMENTO PELA PET PSMA.

Introdução e Objetivo

A estratificação de D’Amico foi criada em 1998 com o objetivo de estimar o risco de recidiva após cirurgia de câncer de próstata (CaP) e leva em consideração o PSA total inicial, o escore de Gleason e o estadio tumoral.  O objetivo deste trabalho foi descrever as mudanças de estadiamento determinadas pela PET PSMA de acordo com esta classificação.

Método

35 pacientes foram submetidos à PET PSMA para estadiamento de CaP foram classificados quanto ao risco de acordo com o escore D’Amico. A extensão de doença foi avaliada pela PET e pelos exames convencionais (EC) e o estadiamento clínico foi determinado, de acordo com o sistema TNM e o PSA inicial. O estadiamento para cada grupo foi analisado, comparando-se os dois métodos de imagem.

Resultados

Após a classificação de D’Amico, os pacientes foram categorizados em baixo (n=1 - 2,9%), intermediário (n=9 – 25,7%) e alto risco (n=25 – 71,4%). 

O gráfico mostra a distribuição dos estadios de acordo com a metodologia de imagem utilizada e com a classificação de risco.

O paciente de baixo risco, classificado como IVB pelos EC, apresentou downstaging para I com o PSMA.

Houve predomínio de estadios de doença localizada pelo PSMA no risco intermediário, em função da exclusão de doença óssea.

No grupo de alto risco, observa-se maior proximidade entre os dois métodos nos grupos mais avançados (IVA e IVB), porém ainda com exclusão de doença óssea em 6 pacientes pela PET.

Identifica-se aumento no estadio IIIB com PSMA pela maior detecção de invasão das vesículas seminais. Gráfico. Distribuição dos estadios de acordo com a classificação D’ Amico de risco e com a metodologia de imagem utilizada.

Conclusão

O escore D’Amico está inserido no dia a dia do urologista por sua fácil execução e apresenta correlação com a sobrevida livre de recidiva bioquímica. Ele foi desenvolvido para predição de recidiva após a cirurgia e não tem relação direta com o de doença sistêmica ao estadiamento. No entanto, chama atenção a frequência de estadios avançados (IVA e IVB) entre pacientes de risco baixo e intermediário na prática clínica e nesta casuística. Estudos prospectivos são a melhor escolha para avaliar a eficácia de um escore de risco, mas a suspeita frequente de doença sistêmica nos pacientes de menor risco, apontada principalmente pela cintilografia, levanta questionamentos e elimina o sentido da estratificação. Na era da imagem molecular e do desenvolvimento de fatores de predição, esta análise questiona se esta incongruência pode estar relacionada às limitações da avaliação por imagem convencional e não à classificação de risco em si. 

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

ANNA CAROLINA BORGES DA SILVA, PEDRO DIEB MINGIONE, LUÍS GUSTAVO MORATO DE TOLEDO, RONI DE CARVALHO FERNANDES