39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

ACOMPANHAMENTO A LONGO PRAZO DE PACIENTES COM MIELOMENINGOCELE APOS CORREÇAO INTRA UTERO: QUAL E O DESFECHO DA BEXIGA?

Introdução e Objetivo

Os benefícios do reparo intra útero da mielomeningocele para a função da bexiga ainda são um tópico de debate na urologia pediátrica. Desde 2011, acompanhamos prospectivamente pacientes com mielomeningocele operados intra útero. Decidimos revisar todos os pacientes nascidos entre 2011 e 2013, projetando um seguimento de 10 a quase 12 anos.

Método

Selecionamos pacientes nascidos entre 2011 a 2013. Categorizamos os pacientes de acordo com a classificação Leal da Cruz (J Urol 2015) em 4 padrões de bexiga: alto risco, bexiga hipoativa, incontinente e normal para definir o tratamento. Revisamos as informações clínicas e definimos o acompanhamento como o intervalo entre a primeira e a última consulta na clínica. Excluímos da análise os pacientes que não retornaram para pelo menos uma avaliação do segundo ano. Registramos o número de consultas e avaliação urodinâmica/por paciente para delinear a relevância do acompanhamento.

Resultados

Um total de 40 pacientes (idade de 9 a 12 anos, idade média: 10) foram selecionados. O seguimento médio foi de 49,68 meses com 6,2 (mediana: 10) consultas urológicas e 3,46 avaliações urodinâmicas por paciente. A primeira avaliação urológica foi aos 5,5 meses. Na primeira avaliação urodinâmica (6,5 meses) 82,5% apresentavam hiperatividade detrusora. Encontramos 62,5% de alto risco, 32,5% de incontinência, 2,5% de bexiga hipoativa e 2,5% de padrão normal. Cateterismo intermitente limpo foi necessário em 65% e anticolinérgicos em 62,5%. 32,5% dos pacientes tiveram pelo menos 1 infecção urinária febril, sendo que em 12,85% foi necessária internação. Destes, 80% pertenciam ao grupo de alto risco. A cirurgia foi realizada em 6 pacientes (15%): 3 enterocistoplastia (Técnica de Macedo), 1 enterocistoplastia associado à enema continente anterógrado esquerdo, 1 vesicostomia e 1 sling. Após a 5ª e 6ª avaliação urodinâmica (em tratamento), a prevalência do padrão de alto risco foi de 46,15% e 45,45%, respectivamente.

Conclusão

Esta análise confirma nossas afirmações de que a cirurgia de mielomenigocele fetal oferece melhora limitada na função da bexiga em comparação com a cirurgia pós-natal. Em seguimento médio de 49,6 meses com idade média de 10 anos, a prevalência de cirurgia foi de 15% e o uso de cateterismo vesical intermitente limpo e de anticolinérgicos não normalizaram a pressão vesical em cerca de 46% dos casos.

Área

Urologia Pediátrica

Instituições

NUPEP/CACAU NÚCLEO DE UROLOGIA PEDIÁTRICA - São Paulo - Brasil

Autores

TAIANE ROCHA CAMPELO, HUGO SANTIAGO CRESPO, RAUL GARCIA ARAGON, RENATA ALVES CORREA, RAFAEL JORDAN BALLADARES, MARCELA LEAL DA CRUZ, ANTÔNIO MACEDO JR, EMANUELLE LIMA MACEDO