39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

PLASMOCITOMA DE BEXIGA: UM RELATO DE CASO RARO

Introdução e Objetivo

Os plasmocitomas são neoplasias raras derivadas dos linfócitos B, que podem se apresentar como mieloma múltiplo (medulares), lesões ósseas únicas ou massa de tecidos moles compostas por células plasmáticas monoclonais (extramedulares). Os extramedulares são incomuns, porém ocorrem no trato respiratório superior e no gastrointestinal, sendo raro sua ocorrência em outros locais. Neste relato, descrevemos o caso de um plasmocitoma na bexiga.

Método

O caso foi obtido em nosso serviço de urologia. Além disso, foi realizada uma revisão de literatura.

Resultados

A ocorrência de plasmocitomas na bexiga é muito raro. Os pacientes podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas como hematúria, disúria e urgência miccional. O diagnóstico requer biópsia com análise histológica e imuno-histoquímica, além de exames radiográficos para descartar mieloma múltiplo. A aparência típica desse tumor são células discoesivas com nucléolos proeminentes e citoplasma excêntrico de forma estrelada. É importante distingui-los do carcinoma urotelial plasmocitóide (CCP), que é mais agressivo e tem pior prognóstico. Os marcadores como CD138 e AE1/AE3, podem ajudar na distinção entre essas neoplasias. O tratamento inclui radioterapia, preferida quando não há doença sistêmica e baixo risco de recidiva. Cistectomia se perda estrutural da bexiga ou necessidade de descompressão nervosa; e quimioterapia adjuvante em casos de linfadenopatia ou tumores resistentes à radiação.

Nosso caso, paciente com suspeita de neoplasia infiltrativa na bexiga. Realizada ressecção transuretral parcial da bexiga em agosto de 2022. Histologia mostrou neoplasia maligna infiltrativa com aspecto "céu estrelado" semelhante a linfoma. Tomografia com contraste mostrou espessamento difuso das paredes da bexiga e uma formação expansiva sólida na próstata em contato com a parede posteroinferior da bexiga e parede anterior do reto. Linfonodomegalias periaórticas e ilíacas foram observadas. Em novembro de 2022, o diagnóstico de plasmocitoma foi confirmado por imuno-histoquímica, com presença de anticorpos CD138 e negatividade para AE1/AE3, descartando carcinoma urotelial plasmocitóide. O paciente teve boa evolução e segue em acompanhamento clínico.

Conclusão

Este trabalho torna-se relevante ao descrever uma entidade rara que possui importância para a prática urológica. Além de realizar uma revisão da literatura, abordando as características clínicas e as opções terapêuticas disponíveis, ele tem como objetivo alertar a comunidade médica sobre as nuances específicas dessa patologia.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS - Pernambuco - Brasil

Autores

Josias Torres de Siqueira Filho, RODOLFO BRILHANTE DE FARIAS , JOÃO PAULO PEREIRA LIMA, YEGOR LENIEFFERSON DANTAS MARTINS, ULYSSES FERREIRA SANTOS, FREDERICO GUILHERME DE OLIVEIRA TENÓRIO BORBOREMA , KETLEN GOMES DA COSTA, HENRIQUE FERREIRA WAGNER, RODRIGO BRASILEIRO DO REGO BARROS, JOSE DIOGO PEREIRA CANTARELLI