Dados do Trabalho
Título
HIPOATIVIDADE DETRUSORA E COMORBIDADES: EXISTE ASSOCIAÇAO?
Introdução e Objetivo
Alterações funcionais da bexiga estão em destaque nas últimas décadas, porém ainda é um tema nebuloso na urologia. Isto posto, o objetivo do estudo foi correlacionar a hipoatividade detrusora em pacientes com HPB com comorbidades e perfil epidemiológico em um serviço de saúde terciário em São Paulo - SP.
Método
Análise retrospectiva em banco de dados de homens com LUTS moderado a severo que não obtiveram resposta a terapias de 1ª e 2ª linhas para HPB, e que apresentam hipoatividade detrusora. O diagnóstico de hipoatividade detrusora foi definido conforme o índice de contratilidade detrusora (Bladder Contractility Index – BCI), seguindo a fórmula PdetQmax + 5xQmax. Foram considerados hipoativos os pacientes que apresentam BCI < 100. Pacientes com BCI > 100 foram considerados com contração normal. Os pacientes foram divididos de acordo com as comorbidades mais prevalentes na população (hipertensão, diabetes, dislipidemia) e o perfil epidemiológico (raça e idade), e comparados entre si. Os resultados das variáveis categóricas estão descritos por frequência absoluta (percentual), e a idade, variável quantitativa, por média ± desvio padrão (valor mínimo - valor máximo). A associação da presença ou não de hipoatividade (Normal vs. Hipoativo) com as variáveis categóricas dicotômicas foi avaliada por meio do teste exato de Fisher e com as categóricas com mais de duas categorias, por meio do teste de Qui-quadrado. A idade foi comparada entre os dois grupos teste t de student para amostras independentes. A análise foi realizada com o programa computacional IBM SPSS Statistics v.28.0. Armonk, NY: IBM Corp e valores de p<0,05 indicaram significância estatística.
Resultados
Dos 222 pacientes, 86 apresentam hipoatividade detrusora e 136 contração detruosa normal. Dentre as comorbidades avaliadas, ao comparar o grupo de pacientes com contração normal ao grupo de pacientes com hipoatividade detruosa, há uma proporção significativamente menor de hipertensão e maior de dislipidemia. Quanto a Diabetes Mellitus, não houve influência significativa. Ademais, também não há diferença entre os dois grupos com relação à idade (apenas uma média da amostra de 70,4 anos) e de raça predominante branca, porém também sem diferença de distribuição entre eles. A comparação completa dos resultados estão apresentados na tabela 1.
Conclusão
Carecemos de estudos que estabelecem fatores de risco e/ou protetores para entender a hipoatividade detrusora. Neste estudo, hipertensão e dislipidemia se destacaram, enquanto que DM e idade nao apresentaram correlacao.
Área
HPB
Instituições
PUCPR - Paraná - Brasil
Autores
DENISE SBRISSIA E SILVA GOUVEIA, BRUNO RODRIGUES LEBANI, ANDRÉ DA SILVA BARCELOS, MÁRCIA ELI GIROTTI, MILTON SKAFF, ANA CLARA BORGES MONTI, BRUNA GEOVANNA GHERMACOVSKI, JÚLIA CRISTINA FERREIRA, RAFAELLA DALLA VALLE TAQUES, FERNANDO GONÇALVES DE ALMEIDA