Dados do Trabalho
Título
TUMORES DO TRATO URINARIO ALTO: EXPERIENCIA DE 15 ANOS EM NEFROURETERECTOMIA DE UM HOSPITAL QUATERNARIO
Introdução e Objetivo
Cerca de 5 a 10% dos tumores uroteliais são do trato alto. Historicamente diagnosticados em estágio avançado, o aumento da qualidade e do número de exames de imagem realizados vem mudando esse perfil. Mais recentemente, o tratamento endoscópico e quimioterapia adjuvante estão em avanço importante, mudando os paradigmas de tratamento da doença. Apesar disso, a nefroureterectomia radical ainda é o tratamento de eleição empregado na maioria dos casos. A literatura sobre tratamento cirúrgico de tumores uroteliais altos é baseada em séries relativamente pequenas, particularmente nas publicações nacionais. Por este motivo o compartilhamento de experiências é de fundamental importância. Nosso objetivo é mostrar a casuística de nosso serviço, hospital quaternário para tratamento de câncer em São Paulo.
Método
Realizamos análise de prontuário de 123 pacientes submetidos à Nefroureterectomia em nosso serviço, entre 2007 e 2022. Foram avaliados dados epidemiológicos e laboratoriais, técnica cirúrgica empregada, anátomo-patológico, complicações pós-operatórias e seguimento oncológico.
Resultados
A idade média foi de 66 anos, sendo 84 pacientes (68.2%) masculino e 39 (31.7%) feminino. Tabagismo foi presente em 91 casos (74.7%), com carga média de 36.3 maços.ano. Entre os sintomas, a hematúria foi o mais comum (87.3%) e 20 pacientes (16.2%) eram assintomáticos. Quanto à técnica cirúrgica: 42 abertas (34,2%) e 81 videolaparoscópicas (65,8%), sendo o tratamento do cuff vesical realizado aberto em 93 casos (75.6%); laparoscópico em 14 (11.3%) e endoscópico em 7 (5.6%) - os demais já tinham o coto tratado ou foram operados em segundo tempo. Complicações Clavien maior que II dentro de 30 dias de pós operatório foram constatadas em 25 casos (20.3%). A histologia mais comum foi a de carcinoma urotelial (110 casos ; 89.4%), mais comumente localizados em pelve renal (43.9%). Pelo estadiamento patológico dos tumores uroteliais: 23 Ta (20.9%) ; 27 T1 (24.5%) ; 20 T2 (18.2%) ; 29 T3 (26.4%) e 9 T4 (8.2%). Dados de comparação entre as variáveis ainda estão em análise, e outros dados como mortalidade, terapias adjuvantes, recidiva, histórico de tumor de bexiga, e maiores detalhes sobre os dados apresentados são descritos no artigo completo.
Conclusão
Apesar dos avanços no tratamento dos carcinomas uroteliais, a nefroureterectomia ainda é o tratamento de eleição na maioria dos casos. Aqui mostramos uma grande casuística de um centro de referência, ampliando os conhecimentos epidemiológicos e cirúrgicos da área.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
GUILHERME GENTILE, MAURICIO DENER CORDEIRO, DANIEL FELIPE MARCELINO DE SOUZA, FABIO PESCARMONA GALLUCCI, GABRIEL CARVALHO DOS ANJOS SILVA, LEOPOLDO ALVES RIBEIRO FILHO, PAULO AFONSO DE CARVALHO, VINICIUS LUIZ MENEZES JESUS, WILLIAM CARLOS NAHAS