Dados do Trabalho
Título
ANALISE DE TOLERABILIDADE DA ABIRATERONA EM UM HOSPITAL DE REFERENCIA: EFEITOS COLATERAIS, SEGUIMENTO E DESFECHOS
Introdução e Objetivo
A neoplasia prostática é uma doença complexa, com altos valores de incidência e morbimortalidade, configurando como a segunda causa de mortes oncológicas no homem. Aproximadamente 18% dos pacientes já apresentam metástase ao diagnóstico. Huggins em 1941 provou vantagens da privação androgênica para o paciente metastático, sendo desde então o tratamento base, porém com o avanço terapêutico, novas terapêuticas surgiram, como o Acetato de Abiraterona. A Abiraterona é um inibidor enzimático que tem papel central na esteroidogênese, demonstrando aumento na sobrevida de pacientes com neoplasia de próstata metastático. Ela pode gerar aumento de mineralocorticoides com consequente eventos cardiovasculares. Visto o potencial das reações adversas orienta-se a adequada avaliação prévia do paciente, podendo fazer uso de escores, como o Índice de Comorbidade de Charlson, que prediz a sobrevida em 10 anos em pacientes com múltiplas comorbidades, com avaliação do doente de maneira geral e não apenas com um diagnóstico específico. Objetiva-se avaliar a abiraterona em pacientes com câncer de próstata metastáticos em um hospital com opções terapêuticas limitadas. Analisou-se o perfil de paciente e o grau de segurança medicamentoso, assim como eventuais eventos adversos e descontinuação de uso.
Método
Estudo coorte, retrospectivo, uni cêntrico através da análise de prontuários de pacientes com Neoplasia de próstata metastática que já fizeram ou fazem uso de abiraterona. Avaliou-se comorbidades prévias, seguimento, eventuais efeitos colaterais e avaliação quanto a manutenção do fármaco.
Resultados
Captou-se 73 pacientes que fizeram ou fazem uso de abiraterona nos anos de 2020 – 2023, com idade média de 69 anos. Dividiu-se os pacientes em dois grupos de acordo com o Escore de Charlson, o Grupo 1 (≤ 9 pontos) com 48 pacientes e Grupo 2 (>9 pontos) com 25 pacientes. A comorbidade mais prevalente foi a Hipertensão Arterial Crônica com incidência de 50 pacientes (68%) e houveram 7 pacientes (10 %) com eventos adversos, destes 3 pertenciam ao primeiro grupo e demais ao segundo. Entre os eventos adversos apenas um foi considerado grave e os mais comuns foram inapetência e Edema, cada qual com dois casos.
Conclusão
Discute-se a respeito dos efeitos colaterais da abiraterona e seus riscos, porém no estudo vemos que mesmo pacientes com escore de Charlson elevado usaram a medicação e poucos eventos adversos foram vistos , gerando segurança para o uso da medicação quando bem avaliado previamente.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO ( HSPE - SP ) / IAMSPE - São Paulo - Brasil
Autores
JOAO JORGE SAAB FILHO, VINICIUS RAMOS MACHADO, LUCAS ANTONIO PEREIRA NASCIMENTO, MATHEUS VIEIRA SANTOS, RENATO PANHOCA, MARIO HENRIQUE BUENO BAVARESCO, LUIZ AUGUSTO SEABRA RIOS, WAGNER APARECIDO FRANÇA, RENATO MEIRELLES MARIANO COSTA JUNIOR, GREGORIO PINHEIRO SOARES