39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

ADENOCARCINOMA DE PRÓSTATA COM PRESENÇA DE CÉLULAS EM ANEL DE SINETE: RELATO DE CASO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Introdução e Objetivo

O carcinoma de células em anel de sinete da próstata é um achado raro entre os tumores malignos e de alta agressividade. O manejo desta variante é complexo por não haver um protocolo estabelecido. Clinicamente não há diferença sintomatológica do carcinoma usual da próstata.

Relatar o caso de um paciente com achado em biópsia de carcinoma de células em anel de sinete da próstata e realizar uma revisão bibliográfica a respeito dos tratamentos mais utilizados.

Método

Relato de caso, em associação ao estudo de artigos que foram apurados na literatura entre os anos de 2018 e 2023, através das plataformas PubMed e Scielo, onde doze documentos foram selecionados e oito utilizados.

Resultados

Paciente masculino, 69 anos, assintomático, com antígeno prostático específico de 7,47 ng/ml, foi submetido à biópsia prostática guiada por ultrassonografia onde os fragmentos comprovaram a presença de adenocarcinoma de próstata com Gleason 10 (5+5). O paciente foi submetido à prostatectomia radical. Ao realizar biópsia da peça operatória foram observados focos de células em anel de sinete. Os exames complementares não evidenciaram metástases. O paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório e o antígeno prostático específico esteve indetectável após um ano da intervenção.

Os 8 artigos totalizaram o estudo de 30 pacientes com carcinoma de células em anel de sinete da próstata. Destes, 5 receberam terapia de deprivação androgênica; 10 se submeteram à prostatectomia radical seguido da terapia de deprivação androgênica e 4 receberam terapia de deprivação androgênica e radioterapia; 3 receberam terapia de deprivação androgênica e quimioterapia; 1 foi submetido à prostatectomia radical seguida de radioterapia associada à terapia de deprivação androgênica; 3 realizaram prostatectomia radical; 2 realizaram prostatectomia radical e radioterapia; 1 realizou cistoprostatectomia radical e quimioterapia devido à invasão tumoral na bexiga e 1 obteve o diagnóstico de células em anel de sinete após ressecção endoscópica da próstata devido ao diagnóstico de hiperplasia prostática . Como desfecho dos casos clínicos analisados, 53,3% dos pacientes faleceram em até 84 meses após iniciar o tratamento.

Conclusão

Devido à natureza agressiva, o tratamento torna-se desafiador e não existe protocolo terapêutico padronizado para essa condição. O mau prognóstico está correlacionado com o diagnóstico tardio. Ademais, o tratamento agressivo e o acompanhamento rigoroso são cruciais para pacientes com essa variante histológica.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Faculdade de Medicina de Olinda - FMO - Pernambuco - Brasil

Autores

VICTORIA FALABRETTI, ABELARDO ALVES ARAUJO, ANTONIO CESAR CRUZ, ANA BARBARA ALBUQUERQUE BORGES, GABRIELA MOREIRA ALMEIDA, THAIS ISABELLE MONTEIRO MORAIS, VINICIUS GONÇALVES DA SILVA REGIS SANTOS