Dados do Trabalho
Título
USO DE FASCIA LATA EM CIRURGIA DE SLING: PRINCIPIOS TECNICOS E REVISAO DE LITERATURA
Introdução e Objetivo
Em 1974, Beck descreveu o sling de fáscia lata, com taxa de cura de 88% em casos de incontinência urinária de esforço reicidivada. (1). O uso de enxerto autólogo diminuiu após introdução do sling de tela sintética. (2) Atualmente, devido complicações como extrusão, infecção e dor pélvica, questiona-se utilização e ocorreu a proibição em vários países de utilização de tela sintética (3,4). Por outro lado, enxertos autólogos mostram alta taxa de sucesso (92-95%), e aceitáveis taxas de retenção urinária (5,6). Objetiva-se demonstrar a alternativa do sling de fáscia lata para paciente com contraindicação ao material sintético e/ou impedimento do uso de aponeurose abdominal
Método
Relato de caso de paciente com incontinência recidivada, com história de sling transobturátorio sintético (2012) em outro serviço. Apresentava infecções urinárias e extrusão vaginal há anos. Antecedente de histerectomia abdominal com deiscência de parede e correção com tela de polipropileno acima da aponeurose. Optado por sling retropúbico de fáscia lata. Técnica: paciente em litotomia. Identificado trocanter maior e côndilo lateral femoral de coxa direita. Incisão transversal 3cm, limite lateral: a linha acima do septo lateral intermuscular, e medial a linha perpendicular ao limite da borda superior da patela. Dissecção de enxerto 10cm de comprimento e 1,5 cm de largura (figura 1a). Retirada da faixa por contra abertura de 3 cm. Fechamento das feridas em coxa, sem fechamento do defeito fascial. Procedido à cirurgia de sling com incisão vaginal anterior longitudinal em projeção uretral de 3 cm. Dissecção do espaço retropúbico bilateral. Incisões púbicas de 1 cm bilaterais, a 3 cm da linha média e passagem da agulha de sling. Cistoscopia sem alterações. Passagem do enxerto através de fios de vicryl 1 suturados às extremidades. Ajuste do sling sem tensão (figura 1b). Síntese da parede vaginal. Figura 1. Dissecção do enxerto e posição suburetral.
Resultados
A paciente recebeu alta no 10 pós-operatório, ferida em bom aspecto, retirado cateter vesical, diurese espontânea, fluxo satisfatório, sem perdas. Paciente reavaliada no sétimo dia sem queixas, com resolução de incontinência. Estudos com seguimento médio de 4,4 anos (intervalo de 0,8 a 9,3) demonstram satisfação de 77%, 85% de cura/melhora das perdas, 82% de recomendação do procedimento, e apenas 4% de efeitos colaterais.
Conclusão
A técnica de sling de fáscia lata autóloga mostra-se uma boa alternativa para paciente onde aponeurose abdominal ou tela inorgânica não se apresentam aptos ao uso.
Área
Disfunções Miccionais: IU / Urologia Feminina / Uroneurologia / Urodinâmica
Instituições
Universidade Estadual de Londrina - Paraná - Brasil
Autores
JOAO GABRIEL NOGUEIRA SCORPIONE, HORACIO ALVARENGA MOREIRA , FELIPE VESSONI BARBOSA KASUYA , MAURO CALZOLARI BORGES , LUCAS VASCONCELOS SANVIDO, IGOR FAVORETO FERNANDES DE OLIVEIRA , GEORGE DANIELIDES FILHO, MARIANA SANTANA , BRENDA KLITZKE CARDOSO DOS SANTOS , SILVIO HENRIQUE MAIA DE ALMEIDA