Dados do Trabalho

Título

TENDENCIA DE VASECTOMIAS E LAQUEADURAS NO BRASIL: PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Introdução e Objetivo

O Brasil apresenta, como vários países, queda em sua taxa de natalidade, mas, isso não ocorre igualmente entre as classes sociais. Cerca de 50% das gestações no Brasil não são planejadas, assim, o planejamento familiar é essencial para evitar essa situação, necessitando da oferta da maior gama possível de meios contraceptivos. O objetivo foi, portanto, analisar a tendência temporal das vasectomias e das laqueaduras no Brasil de 2013 a 2022.

Método

Trata-se de um estudo de séries temporais com dados oriundos do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, englobando os procedimentos 0409040240 e 0409060186. Calculou-se a tendência a partir da regressão Joinpoint utilizando a permutação de Monte Carlo e o logaritmo da razão. Os coeficientes de vasectomias e de laqueaduras foram obtidos a partir da divisão do número de Autorizações de Internações Hospitalares aprovadas pelo número de residentes de determinada região, com subsequente multiplicação por 100.000. Adotou-se p-valor de 0,05 e Intervalo de 95% de Confiança

Resultados

Observou-se 309.936 vasectomias e 356.116 laqueaduras no período, sendo que os estados com maiores prevalências de vasectomias foram São Paulo (40,2%), Bahia (8,5%) e Santa Catarina (8,0%), enquanto de laqueaduras foram São Paulo (25,2%), Minas Gerais (13,2%) e Bahia (12,7%). Nenhuma região apresentou quebra na tendência, sendo que as tendências são majoritariamente estacionárias (83,3%). A maior variação percentual anual foi em vasectomias no Norte (+12,1%) e a menor foi em laqueaduras no Sul (–4,0%), conforme tabela 1. Apenas Norte e Nordeste exibiram tendências crescentes, as demais foram estacionárias, sendo que estas estão retratadas na figura 1. Espera-se, então, um aumento de 74% nas vasectomias e de 10% nas laqueaduras até 2032 no Brasil.

Conclusão

As tendências são predominantemente estacionárias em vasectomias e em laqueaduras no Brasil, porém, há maior comprometimento de homens na contracepção, haja vista que, historicamente, as mulheres eram as únicas responsáveis por tal ato.