Dados do Trabalho

Título

TENDENCIA DOS OBITOS POR CANCER DE BEXIGA NO BRASIL EM QUATRO DECADAS: ESTAMOS NO CAMINHO CERTO?

Introdução e Objetivo

O câncer de bexiga é a décima neoplasia mais comum no mundo, sendo que, no Brasil, de 2008 a 2017, cerca de 119 mil pacientes com essa neoplasia foram admitidos em hospitais públicos. Assim, o objetivo do estudo foi analisar a tendência temporal da mortalidade por câncer de bexiga no Brasil de 1981 a 2021.

Método

 Estudo de séries temporais da mortalidade por câncer de bexiga no Brasil e macrorregiões com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Análise de tendência realizada mediante utilização de regressão Joinpoint com o coeficiente de mortalidade ajustado por idade por 100 mil habitantes, o qual foi utilizado para minimizar a influência do crescimento populacional no coeficiente. Adotou-se um p-valor de 0,05.

Resultados

Houve 100.524 óbitos no período analisado, os mais afetados foram homens (70%) e as maiores mortalidades foram vistas na população com 80 anos ou mais. O Sul apresentou ou maiores coeficientes no sexo masculino (3.713/100 mil habitantes) e no feminino (994,1/100 mil habitantes). A maior média da variação percentual anual foi no Nordeste em mulheres (+2,7%) e a menor foi em homens no Sul (-0,5%), conforme tabela 1. As tendências são, na sua maioria, crescentes e estacionárias, sendo que todas regiões estão dispostas na figura 1. Houve correlação positiva da mortalidade com o índice de desenvolvimento humano municipal, porém, em 2010, elas foram moderadas no sexo masculino (R = 0,66; p-valor < 0,001) e no feminino (R = 0,56; p-valor = 0,002), as demais foram correlações fortes. Projetou-se que a mortalidade no Brasil crescerá 2,93% até 2026 e 5,44% até 2031 em ambos os sexos.

Conclusão

A tendência dos óbitos varia por região e por sexo, sendo predominantemente estacionárias e crescentes, o que sugere manutenção da exposição a fatores de risco na população como um todo, e aumento desta exposição sobretudo em mulheres.