39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL PRIMARIO DA PROSTATA: UM RELATO DE CASO

Introdução e Objetivo

Os tumores estromais gastrointestinais (GISTs) ocorrem no estômago, intestino e reto. Também podem ser extraintestinais (EGISTs) e ocorrer em outros locais, como ovários, bexiga e raramente na próstata.

Na próstata, representam menos de 1% das neoplasias malignas. Podem ser pequenos nódulos ou grandes massas, quem causam principalmente retenção urinária aguda, além de outros sintomas, como dor retropúbica, hematoquezia, disúria e hematúria. O PSA costuma ser inferior a 3 ng/ml e o diagnóstico pode ser feito pela ressecção transuretral com biópsia e Imuno-histoquímica. Ressaltando-se muitas vezes há sobreposição morfológica entre tumores mesenquimais e/ou epiteliais.Esses tumores são compostos por células fusiformes, epitelioides e polimórficas e expressam marcadores CD34 e o CD117 (c-KIT), que podem direcionar o tratamento com Imatinibe, inibidor de tirosina-quinase. A tomografia e ressonância auxiliam na determinação da origem e extensão tumoral. A prostatectomia radical é indicada na ausência de metástases, e a quimioterapia com Imatinibe pode ser considerada se elevado risco de recorrência ou metástases, especialmente se CD117 positivo.O acompanhamento radiológico é recomendado como estratégia de controle e recorrência. Portanto, esse relato busca descrever um tumor raro estromal extraintestinal primário na próstata.

                     

Método

Realizamos uma revisão de prontuário, entrevista com o paciente e revisão da literatura.

Resultados

Paciente com história de prostatectomia parcial transvesical. Avaliação histológica e imuno-histoquímica indicaram neoplasia mesenquimal fusiforme compatível com tumor estromal gastrointestinal.

Retornou ao serviço após 7 meses com hematúria e retenção urinária, sendo submetido à cistostomia inicialmente. Realizada RNM que identificou na próstata remanescente lesão volumosa, heterogênea, com áreas de liquefação/necrose, restrição à difusão e realce pós-contraste, além de comprometer vesículas seminais e gordura circunjacente. A lesão media 11 x 9,3 x 8,7 cm nos eixos longitudinal, transversal e anteroposterior, estando indissociável das paredes da bexiga e do reto. Além disso, observou-se lesão sólida na região para-aórtica, abaixo da adrenal e cauda pancreática. Optamos junto à oncologia em iniciar Imatinibe.

 

Conclusão

Esse trabalho tem relevância por descrever uma entidade rara de importância para a prática urológica. Além de fornecer uma revisão da literatura acerca das características clínicas e opções terapêuticas, alertando a comunidade médica acerca das nuances dessa patologia.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

HOSPITAL OTÁVIO DE FREITAS - Pernambuco - Brasil

Autores

Josias Torres de Siqueira Filho, JOSÉ DIOGO PEREIRA CANTARELLI, JOÃO PAULO PEREIRA LIMA, YEGOR LENIEFFERSON DANTAS MARTINS , ULYSSES FERREIRA SANTOS, FREDERICO GUILHERMEDE OLIVEIRA TENÓRIO BORBOREMA , FELIPE RAMALHO DE MOARAES, KETLEN GOMES DA COSTA, HENRIQUE FERREIRA WAGNER, RODOLFO BRILHANTE DE FARIAS