39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

CISTITE HEMORRAGICA REFRATARIA, TRATADA COM AGENTE HEMOSTATICO DERIVADO DE PLASMA HUMANO

Introdução e Objetivo

Cistite hemorrágica (CH) é uma das principais complicações pós-transplante alogênico de células troncos hematopoiéticas(HSCT), sendo caracterizada com sintomas urinários + hematúria macroscópica, na ausência de doenças do sistema genito-urinário. Aquelas refratárias a medidas convencionais, são de difíceis manejos e um desafio em nossa prática clínica diária. Reportaremos a experiência em uso de agente hemostático derivado de plasma humano (FG) nesses casos.

 

Método

Realizado revisão da literatura disponível no pubmed, sob palavras chaves “Fibrin glue therapy”; “Hemorrhagic cystitis” e “HSCT induced cystitis”, selecionando então aqueles que contemplavam em seu conteúdo o tema de interesse. A partir dos resultados obtidos na literatura, levantamos uma discussão sobre o sucesso de terapia associado a um caso desafiador que tivemos em nosso serviço.

 

Resultados

S.L.B.S., sexo feminino, 11 anos, portadora de leucemia mielóide aguda secundária a síndrome mielodisplásica, evoluiu com CH 29 dias após o transplante de medula óssea, refratária a tratamentos conservadores. Abordagens invasivas, como cauterização de bexiga,  irrigação vesical com alúmen de potássio e embolização vesical, foram tentadas, porém sem sucesso. Por fim, realizou-se FG, com boa tolerabilidade clínica, cessando-se a hematúria e retirando o cateter vesical de demora no 11º dia após a aplicação.

A CH, não tratada de forma correta, pós HSCT, está associada ao aumento da taxa de mortalidade de pacientes transplantados. Quando refratário a manejos conservadores (hiperhidratação, irrigação vesical, drogas antiretrovirais ou suporte transfusional), se torna um desafio clínico, dado baixa resposta das terapias atuais estabelecidas, associadas ao aumento da morbidade em algumas delas. Nesse contexto, o uso de FG vem demonstrando boa resposta clínica no manejo desses pacientes. Sua aplicação é realizada via endoscópica, através de distensão vesical com CO2, mantendo pressão de 12mmHg. Trata-se de um procedimento de rápida realização, ausência de complicações importantes e excelente desfecho clínico

Conclusão

Apesar dos poucos estudos publicados, observamos resultados promissores quanto a utilização do FG, devido às boas taxas de cura alcançadas, baixa morbidade, sendo um bom custo-benefício, principalmente se comparado aos outros procedimentos invasivos para o controle da CH.

 

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Instituto Nacional de Câncer - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

PAULO HENRIQUE NAHAR BARBOSA, LUCAS DE OLIVEIRA RAMOS, FELIPE MONNERAT LOTT, FRANZ SANTOS DE CAMPOS, JOÃO PEDRO VILLACA GIRON, PEDRO HENRIQUE EJJE KAILLY