39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

SLING APONEUROTICO RETROPUBICO VERSUS SLING SINTETICO TRANSOBTURATORIO NO TRATAMENTO CIRURGICO DA INCONTINENCIA URINARIA DE ESFORÇO FEMININA

Introdução e Objetivo

Incontinência Urinária de Esforço (IUE), definida como perda involuntária de urina pela Sociedade Internacional de Continência (ICS), afeta até 25% das mulheres ao longo da vida, com pico de incidência aos 50 anos. Após confirmação diagnóstica, a primeira linha de tratamento são exercícios fisioterápicos da musculatura pélvica, porém dificuldades na adesão e disponibilidade proporcionam baixa taxa de remissão. Para tratamento cirúrgico da IUE, diversas técnicas já foram utilizadas, com evolução de material e abordagem cirúrgica. Com a recente emergência dos casos de rejeição a materiais artificiais, observou-se aumento da realização de procedimentos com uso de tecidos autólogos. O presente trabalho objetivou comparar técnicas de sling autólogo retropúbico com aponeurose de reto abdominal (SAP) e sling sintético transobturatório (TOT) no tratamento cirúrgico da IUE feminina, em relação a eficácia e complicações. 

 

Método

Ensaio clínico prospectivo não randômico em 55 pacientes diagnosticadas com IUE e indicadas para o tratamento cirúrgico, 20 submetidas à técnica de SAP e 35 pacientes com TOT, cada grupo operado por cirurgião único. O critério de cura objetiva foi o teste de esforço com a paciente em ortostatismo com a bexiga confortavelmente cheia;  o critério subjetivo, avaliado pelo King’s Health Questionnaire (KHQ).

 

Resultados

Em seis meses de seguimento pós cirúrgico, não foram observadas diferenças de desfecho global entre as técnicas cirúrgicas: taxa de cura objetiva SAP 90% X TOT 83%, p=0,47); taxa de cura subjetiva KHQ (SAP 80% x TOT 80%, P= 0,63). Sintomas urgências miccionais também apresentaram equivalência de melhora pós cirúrgica em ambas as técnicas (TOT 53% x SAP 81%, p=0,07). As complicações relativas à ferida no pós-operatório recente (7° DPO) foram mais frequentes no grupo SAP (30 % vs 3%), com ocorrência leves como seromas e infecção incisional superficial. As complicações tardias relacionadas à inserção da prótese ocorreram em cinco pacientes do grupo TOT (14 %), sendo três (8%) exposições de tela. As diferenças observadas foram principalmente em relação ao tempo cirúrgico (54 ± 8,8 min vs 13,6 ±3,6 min) e ao período de internação (1,5±0,5 dia vs 1±0 dia), menores no grupo TOT. 

 

Conclusão

As cirurgias utilizadas para o tratamento da incontinência urinária de esforço nessa amostra apresentaram índices de cura objetiva e subjetiva sem diferenças significativas, com resultados positivos e semelhantes aos descritos na literatura. 

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Hospital Vila da Serra - Minas Gerais - Brasil

Autores

YASMIN SOTERO COIMBRA, TAYNNA FERREIRA ARANTES COSTA, ANDRE TUNES DE PAULA, ULISSES GUIMARÃES FERNANDES FILHO, TULIO CORREA SILVA, RACHEL MAZONI COSTA, JOSÉ EDUARDO TAVORA, RAFAEL DA SILVEIRA DE CASTILHO JACOB, PEDRO HENRIQUE EUGENIO DA SILVA, LUCAS KRETLI SANTOS