Dados do Trabalho
Título
ACOMPANHAMENTO AO LONGO DE 5 ANOS DE PACIENTES SUBMETIDOS A PROSTATECTOMIA RADICAL
Introdução e Objetivo
A neoplasia da próstata é a neoplasia mais comum entre homens. O Instituto Nacional de Câncer estima que 65.840 novos casos de câncer de próstata ocorreram entre 2020 e 2022. Devido a sua alta variabilidade ao estadiamento inicial, bem como diferenças na história natural da doença e opções terapêuticas, estudos de acompanhamento a longo prazo fazem-se necessários para melhor compreensão dos desfechos, comparando os grupos de baixo risco (BR), risco intermediário (RI) e alto risco (AR) ao diagnóstico, considerando os pacientes submetidos a prostatectomia radical (PRR).
Método
No presente estudo foram avaliados 120 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2018 em um hospital escola no interior de São Paulo e realizado seguimento ao longo de 5 anos.
Resultados
Dividiu-se os pacientes segundo a estratificação de risco ao diagnóstico, 37 (30,8%) pacientes foram classificados como baixo risco (BR), 57 (47,5%) pacientes com risco intermediário (RI) e 26 (21,7%) pacientes de alto risco (AR). O intervalo de tempo entre a primeira consulta no serviço e a cirurgia teve uma mediana de 97 dias. O uso de hemoderivados foi necessário para 10 (8,4%) pacientes, sem diferença estatística. Em relação à internação em unidade de terapia intensiva (UTI), esses mesmos 10 (8,4%) pacientes necessitaram de internação em UTI, sem diferença estatistica entre os grupos.Além disso, não se observou diferença estatistica entre os grupos considerando o tempo de permanência hospitalar.Após analise da peça anatômica a estratificação de risco dos pacientes de BR ao diagnóstico alterou-se, 29 pacientes se mantiveram como BR, 7 passaram a ser de RI, 25 de AR e 5 localmente avançado, dessa forma, 56% dos pacientes sofreram upstaging. Em 5 anos, dos 120 pacientes operados, 62 pacientes apresentaram recidiva bioquímica, sendo a mediana de dias entre a PRR e a radioterapia de 256 dias (113-528), analisando os subgrupos, os pacientes BR apresentaram mediana de 663 dias (309-1009), RI 321 dias (149-512) e AR 117 dias (72-220), p=0,001.
Conclusão
Independente da estratificação de risco inicial do paciente, não há diferença entre o intervalo de tempo até a PRR, assim como em relação aos dados de permanência hospitalar, necessidade de hemoderivados e internação em UTI, sugerindo que as taxas de complicações são semelhantes entre os grupos. Entretanto, quando avaliada as taxas de recidiva, os pacientes de AR apresentam maior probabilidade de apresentar progressão de doença em um intervalo de tempo menor.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
FAMERP - São Paulo - Brasil
Autores
JULIA SARAIVA AVELINO SILVEIRA, JOAO HENRIQUE GODOY RODRIGUES, MATHEUS CASTRO ALMEIDA, MURILLO SOUZA TUCKUMANTEL, VINICIUS PEREIRA PERASSOL, GUSTAVO SANTANA GARCIA, GABRIEL AZAMBUJA BEIGIN, JOSÉ CARLOS MESQUITA, MARCELO CARTAPATTI SILVA, GUILHERME CERQUEIRA GONZALES