39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

INFECÇAO DO TRATO URINARIO: ASPECTOS EPIDEMIOLOGICOS E PADRAO DE RESISTENCIA MICROBIANA NAS INFECÇOES URINARIAS DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UM HOSPITAL TERCIARIO DA AMAZONIA OCIDENTAL

Introdução e Objetivo

A infecção do trato urinário é uma das infecções mais comuns na prática clínica, sendo a segunda principal causa de infecção na população geral. Possui apresentação clínica variável. Pode ser definida como adquirida na comunidade ou hospitalar, como baixa, como simples ou complicada, associada a cateter ou recorrente.

A antibioticoterapia adequada é o tratamento padrão ouro reconhecido para qualquer quadro de infecção urinária e a abordagem deve ser diferenciada conforme a apresentação clínica. No entanto, o uso indiscriminado de antibióticos vem aumentando o perfil de resistência bacteriana, implicando na multirresistência antibiótica, o que torna o tratamento ambulatorial efetivo mais difícil. 

Diante da alta prevalência e do aumento progressivo da resistência antimicrobiana, este estudo tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico da infecção do trato urinário nos pacientes atendidos no Hospital de Base Ary Pinheiro, assim como estabelecer o padrão de sensibilidade dos agentes causadores.

Método

Estudo transversal, descritivo e retrospectivo, de abordagem quantitativa. 

Análise dos resultados das uroculturas positivas no período de janeiro a setembro de 2022, dos pacientes acima de 18 anos, atendidos na clínica cirúrgica. E foram excluidos excluídos os casos os quais o antibiograma não foi realizado ou que agente etiológico não foi especificado.

 

 

Resultados

 

Foram analisados, os dados de 171 amostras de uroculturas positivas, com uma média de idade de 57,3 anos. Houve prevalência do sexo masculino 99 (57,9%), a urolitíase estava presente em 73 (42,9%),  86 (50,3%) possuíam cateter no trato urinário.

Os gram-negativos corresponderam a 78% (156) dos isolamentos, sendo a Escherichia coli o uropatógeno mais frequente (28%), seguido pela Klebsiella pneumoniae (19,5%).

Ao analisar as uroculturas de pacientes com cateter a Klebsiella pneumoniae se tornou a mais frequente (26,4%).

As Klebsiellas pneumoniae apresentaram perfil mais amplo de resistência, sendo que mais de 80% dos isolados foram ESBL.

Ao analisar os pacientes que não apresentavam  manipulação/invasão da via urinária, demonstrou que o perfil de resistência microbiana se equiparou ao da população geral.

Conclusão

Ficou comprovado que o uso de dispositivos urinários modificou o agente etiológico mais prevalente.

E que o uso indiscriminado de antimicrobianos exerce grande pressão para cepas multirresistentes.

Área

Infecção

Instituições

Hospital de Base Ary Pinheiro - Rondônia - Brasil

Autores

TAIANE ROCHA CAMPELO, ANDREA BARBIERI DE BARROS, AIRTON FALQUETI JUNIOR, ELIDA MOURA CARVALHO, CID OLAVO SCARPA VASCONCELLOS, JOAO MAURICIO CUNHA DIPP, EMERSON RICARDO ASSUNÇÃO BARRETO, ALEXANDRE BATISTA FALQUETI, THIAGO ROBERTO PERONDI VERGILIO, FABIO CASTELO BRANCO GIRÃO