39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

COMPARAÇAO ENTRE POSITIVIDADE DE BIOPSIA E ESTADIAMENTO CLINICO ANTES E APOS A PANDEMIA DO NOVO CORONAVIRUS EM HOSPITAL DE NIVEL SECUNDARIO DE COMPLEXIDADE

Introdução e Objetivo

A literatura tem demonstrado atrasos em diagnósticos e mudanças de estadiamento inicial em diversas neoplasias antes e depois da pandemia causada pelo novo coronavírus. Avaliamos o impacto da pandemia no diagnóstico de câncer de próstata (CaP) e suas repercussões em nosso serviço, aventando a hipótese de que o índice de positividade e o estadiamento clínico (estratificação de risco de D’Amico) alterou-se com a pandemia.

Método

Coorte retrospectiva com 312 pacientes submetidos à biópsia de próstata em nosso serviço entre os anos de 2017 e 2023, abrangendo o período da pandemia por SARS-CoV2. A idade (anos), etnia (caucasiano, afro-descendente, outros), valor de antígeno prostático específico (PSA) (ng/dl), Relação PSA livre/total (%), densidade de PSA (dPSA) e densidade de zona centro-transicinal (dPSAct) (mm3), resultados da biópsia e estratificação de risco (D’Amico) foram incluídos. Os pacientes foram agrupados em grupos 1 e 2, de acordo com a biópsias realizadas antes e após 2020, respectivamente. Análise univariada foi realizada com teste t-student e qui-quadrado, considerando p<0,05.

Resultados

A idade média dos pacientes foi de 66.1 ± 7,3 anos, e distribuição entre caucasianos, afordescendentes e outros respectivamente de 224 (71,8%), 71 (22,8%), 17 (5,4%). Os valores médios de PSA foram 12,8 ± 39,1 ng/ml; variando entre 0,1 e 437 ng/dl. Um total de 47 pacientes foram submetidos ao teste de PSA livre, com relação PSA livre total de 16,3 ± 7,7%. As dPSA e dPSAct foram respectivamente de 0,32 ± 1,0; e 0,28 ± 0,05 ng/dl*cm3. No grupo 1 foram incluídos 230 pacintes, e no grupo 2 foram 82 pacintes. As biópsias negativas para os grupos 1 e 2 foram respectivamente: 139/230 (60,4%) e 43/82 (52,4%); as biópsias positivas foram 91/230 (39,6%) e 39/82 (47,6%), p=0,2. Houve diferença entre os resultados de estraficação de risco de D’Amico, antes e após a pandemia, p=0,01. Os resultados por grupos estão expressos abaixo, Tabela 1. 

Conclusão

Apesar dos resultados de estudos populacionais com CaP necessitarem longo tempo de observação, foi possível demonstrar alteração no estadiamento clínico após a pandemia, expresso pela estratificação de risco D’Amico. Sugere-se um impacto negativo causado pela pandemia no manejo dos pacientes com neoplasias em nosso país.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

RAFAEL DEL CIAMPO SILVA, JOÃO VICTOR FUZETA PERES, RODOLFO BORGES DOS REIS, ANTÔNIO ANTUNES RODRIGUES JUNIOR, HENRIQUE DONIZETTI BIANCHI FLORINDO, FELIPE AZENHA LAMÔNICA, HEITOR RAMOS RUELLAS, GABRIELA GUILHERME DE PIERI, JOÃO LUIZ AVANÇO, REINALDO RIBEIRO FEITOSA