39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

TRATAMENTO CIRURGICO LAPAROSCOPICO DE CARCINOMA PRIMARIO DE VESICULA SEMINAL.

Introdução e Objetivo

A neoplasia primária de vesícula seminal é uma entidade rara. Poucos casos estão relatados na literatura. A histologia mais comum é o adenocarcinoma, abrindo possibilidade de metástase de outros órgãos, sendo necessária a exclusão ao diagnóstico. O tratamento cirúrgico apresenta variações na literatura, podendo envolver exérese de vesículas seminais, bexiga, próstata e uma linfadenectomia pélvica extensa. Taxa de sobrevida menor que 3 anos em 95% dos casos relatados. Objetivo: relatar experiencia em tratamento laparoscópico de carcinoma de vesícula seminal.

Método

Realizado vídeo de tratamento laparoscópico para neoplasia de vesícula seminal.

Resultados

Paciente de 77 anos com quadro de dor perineal e hematúria intermitente realizou ressonância magnética para investigação. Exame demonstrou lesão expansiva multilobulada com componente hemático e sólido, medindo 13,8 x 5,7 cm posterior a próstata, em loja de vesícula seminal. Cistoscopia com ausência de lesões de mucosa vesical ou prostática, porém com abaulamento de parede vesical posterior. Realizada biópsia transrretal guiada por ultrassonografia de lesão perineal com identificação de tecido muscular liso e sem malignidade. Realizou vesiculectomia devido a suspeita de lesão por linfoma e optado por via laparoscópica visando redução de morbidade. Intraoperatório demonstrou massa vesicular esquerda com suspeita de acometimento a direita.  Biópsia de congelação com achado de carcinoma e margem livre em tecido junto a próstata. Optado por realização de vesiculectomia bilateral e linfadenectomia pélvica com preservação de próstata e bexiga visto a reduzir os efeitos negativos produzidos por uma cirurgia de maior porte. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória. Manteve aspectos funcionais e qualidade de vida. Anatomopatológico demonstrou carcinoma vesicular a esquerda de 10 x 8,5 cm com margens livres e 2 linfonodos acometidos. Em seguimento, evoluiu com doença linfonodal paraaórtica direita e ilíaca comum esquerda. Realizou tratamento quimioterápico com Carbotaxol e segunda linha com Gencitabina. Apresentou progressão de doença e evoluiu a óbito após 2 anos de tratamento inicial.

Conclusão

O tratamento do carcinoma de vesícula seminal é controverso. Sua raridade dificulta aquisição de novos dados. O avanço da cirurgia minimamente invasiva possibilita redução da morbidade do tratamento, sendo uma proposta terapêutica factível e com benefícios funcionais.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Hospital do Câncer de Barretos - São Paulo - Brasil

Autores

MARCELO COZAC MOURA, LUCAS IERVOLINO FIDALGO, ROBERTO DIAS MACHADO, RONALDO CARVALHO NEIVA, WESLEY JUSTINO MAGNABOSCO, CINTHIA ELIZABETH ALCANTARA QUISPE, FLAVIO AUGUSTO BARROSO, JOAO PAULO PRETTI FANTIN