39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

O IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA REALIZAÇAO DO DIAGNOSTICO DO CANCER DE PROSTATA NO BRASIL

Introdução e Objetivo

Sabe-se que a pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo no rastreio, e, consequentemente, no diagnóstico de enfermidades que necessitam da avaliação presencial, entre elas: o câncer de próstata. Esta é uma doença que afeta a glândula prostática, sendo o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no mundo, responsável por grande número de diagnósticos e óbitos. Por isso, o presente estudo tem como objetivo quantificar e comparar o número de diagnósticos nos períodos pré e pós-pandêmico.

Método

Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo descritivo acerca do diagnóstico de câncer de próstata nas regiões do Brasil, comparando os períodos de pré-pandemia de 2018 a 2019 e durante a pandemia de COVID-19, de 2020 a 2021. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS), com as seguintes variáveis: região do Brasil e diagnóstico de câncer de próstata. Por se tratar de dados de fontes públicas, sem informações pessoais, dispensa-se a apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados

Entre 2018 e 2019 houveram 79.384 casos diagnosticados de câncer de próstata, sendo: 39.691 no Sudeste (49,9%), 19.375 no Nordeste (24,4%), 12.945 no Sul (16,3%), 4.664 no Centro-Oeste (5,87%) e 2.709 no Norte (3,4%). O ano de maior prevalência de diagnósticos foi 2019, com 43.111 casos (54,3%).

Entre 2020 e 2021, houveram 68.900 casos diagnosticados de câncer de próstata, sendo: 35.713 no Sudeste (51,8%), 16.073 no Nordeste (23,3%), 10.647 no Sul (15,4%), 3.993 Centro-Oeste (5,7%) e 2.474 no Norte (3,5%). O ano de maior prevalência de diagnósticos foi 2021, com 36.347 casos (52,7%).

Conclusão

A partir dos dados supracitados, notou-se o impacto considerável da pandemia para o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil. No contexto epidemiológico, houve uma diminuição de diagnósticos de câncer de próstata de 14% no período da pandemia 2020-2021, que antes havia tendência de crescimento, sendo a região mais afetada o Sudeste. O subdiagnóstico pode resultar em atrasos no tratamento do câncer de próstata, o que pode ter consequências negativas para pacientes afetados. Dessa forma, é necessário que o poder público trace medidas eficazes para dinamizar a triagem dessa doença no período pós pandemia no Brasil.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

UNIFTC - Bahia - Brasil

Autores

GABRIEL OLIVEIRA SCHINDLER COUTINHO, ISABELA SILVA SLONGO, PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS, LAYANE OLIVEIRA SILVA