39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

QUALIDADE DE VIDA SEXUAL EM PACIENTES COM DOENÇAS NEURO-UROLOGICAS

Introdução e Objetivo

Sintomas neuro-urológicas podem ser causadas por uma variedade de doenças e eventos que afetam o sistema nervoso. Suas manifestações estão diretamente relacionadas à localização e à extensão da lesão. Embora a sobrevida dos pacientes com condições neurourológicas complexas tenha melhorado muito nas últimas décadas, existem poucos dados sobre a qualidade de vida dessa população, especialmente em relação à sua sexualidade. Este estudo tem como objetivo analisar o perfil demográfico, a qualidade de vida e a qualidade de vida sexual dos pacientes em acompanhamento em nosso serviço.

Método

Foram aplicados os questionários WHOQoL-BREF associado ao IIEF5 para os pacientes masculinos e FSFI para as pacientes femininas que preenchiam os critérios de inclusão após a leitura do TCLE.

Resultados

Foram coletados dados de 27 pacientes. Desses 5 foram mulheres e 22 homens. 80% dos pacientes eram portadores de trauma raquimedular, com mediana de tempo de lesão de 10 anos (7m a 36a). A média de idade foi de 41,7 anos. Identificamos que 48% são católicos, 52% consideram-se brancos, 68% não possuem emprego formal e 64% deles não tem prole constituída (sendo 80% na população feminina); 1 paciente é bissexual. 42% dos homens apresentam resposta erétil à farmacoterapia (97% via oral e 13% injeção intracavernosa). 60% dos pacientes estão satisfeitos com o nível de atividade sexual - 75% por falta de parceiro e 25% por problemas conjugais. Em relação à qualidade de vida, o domínio de pior escore de avaliação está relacionado ao meio ambiente (58%) e o mais bem avaliado está ligado à saúde psicológica (66%). A saúde física e as relações sociais apresentaram média de 59 e 60%.

Conclusão

Podemos inferior que a lesão medular impacta negativamente a qualidade de vida dos indivíduos no domínio do meio ambiente, provavelmente devido às limitações de mobilidade impostas pela condição. Em contrapartida, o domínio da saúde psicológica não parece ser afetado de forma significativa. Em relação à saúde sexual, 70% se sentem satisfeitos, a despeito da necessidade habitual de farmacoterapia adjuvante no sexo masculino, independente da via. No entando, observamos similaridade nas taxas de satisfação e insatisfação entre homens com disfunção erétil grave e satisfação 100% das mulheres, mesmo que sem atividade sexual, evidenciando a necessidade de maiores estudos a fim de avaliar a concretude desses dados e/ou as complexas interrelações definidoras de satisfação sexual e qualidade de vida nesse grupo particular de indivíduos.

Área

Disfunção Sexual

Instituições

Disciplina de Urologia do Centro Universitário FMABC- Santo André-São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

NARA LIE UTIYAMADA, YUKIE CORREIA KONISHI, AILTON HEITOR DE ALMEIDA CARVALHO, LUIZE CARGNIN PAVEI, RICARDO SEGABINAZZI DOTTO, ODAIR GOMES PAIVA, ANDRE LUIZ FARINHAS TOME, CAIO CESAR CINTRA, MARIA CLAUDIA BICUDO, SIDNEY GLINA