Dados do Trabalho
Título
ANALISE DE CUSTOS DE INTERNAÇOES POR UROLITIASE SEGUNDO CARATER DE ATENDIMENTO NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2013 A 2022
Introdução e Objetivo
Urolitíase é uma condição urológica comum caracterizada pela formação de cálculos sólidos nos rins, ureteres ou bexiga. Essa doença pode causar sintomas dolorosos e levar a complicações graves se não for devidamente tratada. Assim, representa um ônus significativo para os sistemas de saúde, devido aos custos associados ao tratamento, principalmente emergenciais. Este artigo tem como objetivo analisar os custos associados ao tratamento da urolitíase no Brasil, considerando o caráter de atendimento, no período de 2013 a 2022.
Método
Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo descritivo acerca da análise de custos das internações por urolitíase segundo caráter de atendimento no Brasil entre 2013 e 2022. Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS), com as variáveis: região, caráter de atendimento e valor total. Dispensa-se apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa por terem sido utilizados dados públicos e gratuitos.
Resultados
Entre 2013 a 2022 foram registradas um total de 800.674 internações por urolitíase no Brasil, sendo a maioria (73,15%) em caráter de urgência e 26,84% eletivos. Há predominância na região Sudeste (46,6%), seguido do Sul (20,5%), Nordeste (16%), Centro-Oeste (10,8%) e Norte (5.5%). Nesse período, foram gastos R$531.376.858, sendo 63,44% nas urgências e 36,55% nas eletivas. Com a seguinte distribuição: Sudeste (47,8%), Sul (19,8%), Nordeste (17,5%), Centro-Oeste (10,6%) e Norte (4%). Ambas as internações ocorrem em sua maioria na região Sudeste - 53,15% das eletivas (n = 114.255) e 44,2% das urgências (n = 259.439). Isto se reflete nos gastos que são maiores nessa região em ambos os atendimentos - 52,5% nas eletivas (n = 102.042.551,78) e 47,46% nas urgências (n = 152.484.709,89). Há uma discrepância significativa entre o caráter de atendimento com predomínio das urgências nas regiões Centro-Oeste (81,23%) e Sul (78,22%). Nestas localidades, os gastos com atendimento emergencial são respectivamente 64,7% (n = 36.523.830,99) e 71,6% (n = 75.556.021,35) quando comparados ao eletivo.
Conclusão
Conclui-se que o gasto econômico relacionado ao tratamento por urolitíase no Brasil é maior no sudeste e em pacientes no contexto de emergência. Portanto, essa região deve ser alvo de investimento em saúde, seja na atenção primária, através de um cuidado contínuo do paciente, a fim de minimizar quadros de urgências, seja na atenção terciária, visando tratamento dos pacientes com urolitíase na emergência de forma eficaz.
Área
Litíase / Endourologia
Instituições
UNIFTC - Bahia - Brasil
Autores
ISABELA SILVA SLONGO, GABRIEL OLIVEIRA SCHINDLER COUTINHO, LAYANE OLIVEIRA SILVA, PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS