39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

CONCORDANCIA DOS ACHADOS ULTRASSONOGRAFICOS COM ACHADOS INTRAOPERATORIOS EM PACIENTES SUBMETIDOS A CORREÇAO CIRURGICA DE FRATURA DE PENIS EM HOSPITAL UNIVERSITARIO

Introdução e Objetivo

Fratura peniana é uma emergência urológica considerada incomum, com uma incidência de até 1/175.000 em países ocidentais. Ela ocorre devido à ruptura traumática aguda da túnica albugínea que reveste os corpos cavernosos, evento esse geralmente relacionado ao intercurso sexual, masturbação ou manipulação. Seu quadro clínico é bastante típico, o qual já é suficiente para o diagnóstico. Entretanto, os exames de imagem, especialmente o ultrassom, ainda possuem sua validade. É importante salientar que, apesar de amplamente utilizado, o papel dele na avaliação do paciente com fratura peniana ainda não está bem estabelecido. Pesa contra o fato de ser examinador dependente. Entretanto, em mãos bem treinadas, se mostra uma ferramenta útil na confirmação do local da lesão e na avaliação de severidade e ruptura uretral concomitante, auxiliando o cirurgião na escolha da via de acesso. Objetivo: Verificar a concordância entre achados ultrassonográficos com achados intra operatórios dos pacientes submetidos a correção cirúrgica de fratura peniana.

Método

Estudo retrospectivo de pacientes submetidos a correção cirúrgica de fratura peniana em um hospital público entre 2007-2021. Foi avaliada a concordância do diagnóstico ultrassonográfico de fratura com o achado cirúrgico, além de outras variáveis: diagnóstico de lesão unilateral ou bilateral, lateralidade da fratura, diagnóstico de fratura de uretra e posição da fratura. As análises foram realizadas no programa estatístico R (versão 4.2 para Mac iOS), para tal, foi utilizado o coeficiente de concordância de Kappa. 

Resultados

71 pacientes foram analisados, apresentando o diagnóstico de fratura peniana com concordância razoável (Kappa = 0.256;  p = 0.016), diagnóstico unilateral e bilateral com concordância razoável (Kappa = 0.347;  p = 0.000934), lateralidade da fratura com concordância substancial (Kappa = 0.702; p = <0.0001), diagnóstico de fratura de uretra com concordância Moderada (Kappa = 0.495; p = <0.0001) e precisão de posição da fratura com concordância moderada  (Kappa = 0.547; p = <0.0001).

Conclusão

Houve concordância significativa entre achados ultrassonográficos e achados cirúrgicos entre todas as variáveis analisadas, sugerindo que o Ultrassom ainda é uma arma útil no manejo do paciente com fratura peniana. O exame pode predizer grau e severidade da lesão, bem como direcionar técnicas cirúrgicas específicas para cada caso.

Área

Disfunção Sexual

Instituições

UNIFESP/EPM - São Paulo - Brasil

Autores

ANDRE LAZZARIN MARANI, CARLA IASMIN LIMA LEMOS, PAULA INTASQUI LOPES, ARCHIMEDES NARDOZZA JR, MATHEUS BRANDÃO VASCO