39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

QUALIDADE DE VIDA SEXUAL DO HOMEM CISTOSTOMIZADO – ESTUDO TRANSVERSAL COM USO DE QUESTIONARIO

Introdução e Objetivo

Seja devido a sondagem vesical de demora de longa duração, ou de não adaptação a cateterismo intermitente limpo, o uso de cistostomia influencia negativamente na qualidade de vida dos pacientes, além da interferência nas atividades sexuais. Estudos sobre a satisfação sexual de pacientes com cistoprostatectomia ou derivação urinária devido a exenteração são comuns, mas a interrogação do quanto uma cistostomia influencia na rotina sexual é pouco abordada na literatura. Este trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade de vida sexual no paciente com cistostomia.

Método

Se trata de um estudo descritivo transversal sobre a qualidade de vida sexual dos pacientes cistostomizados, seja por obstrução infravesical ou por causa neurogênica. Foi realizado um questionário baseado em SQOL-M do tipo Likert com score de 0-100 baseado em média adaptada, sendo 100 o máximo de qualidade sexual possível, além de suas características epidemiológicas, como idade, causa da cistostomia.

Resultados

Foram avaliados 28 pacientes em uso de cistostomia, sendo 4 pacientes com causa neurogênica (14.28%) e o restante por obstrução infravesical. A idade média do total de pacientes foi de 67.8 anos. A maioria dos pacientes apresentou um nível de qualidade de vida sexual mediano em questionário, com uma média 66% dentro da população total. Já no grupo de bexiga neurogênica, a média de qualidade foi 69%, e nos obstrução infravesical 66%. Apenas três pacientes apresentaram índice menor que 50%, sendo todos com mais de 72 anos.

Como existem poucos estudos sobre a qualidade de vida sexual ou avaliação da vida sexual do paciente cistostomizado, há uma dificuldade em comparar dados do estudo atual com os demais. Sobre o uso do questionário SQOL-M, mesmo que no estudo os pacientes não apresentem impacto relevante na qualidade de vida sexual, o mesmo avalia apenas a satisfação do paciente e não questiona práticas sexuais, o que poderia modificar a abordagem ao paciente quanto às disfunções sexuais.

Conclusão

A saúde sexual do homem com cistostomia seja por qualquer causa é pouco abordada na literatura, mas não deve ser menosprezada. Caso seja possível, é necessário investigar tanto a possibilidade e a necessidade de prática sexual do paciente, mesmo que inicialmente o paciente apresenta-se conformado com o seu estado atual.

Área

Disfunção Sexual

Instituições

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

JUAN EDUARDO RIOS RODRIGUEZ, DÉBORAH CRISTINA ANDRADE NEVES, FABIANE ZIVANOV ROXO, ALEXANDRE GILBERTO SILVA, PAULO AFONSO LOPES LANGE, PEDRO HENRIQUE GARCIA PARREIRA, HENRIQUE VIRMOND MUNHOZ, RODRIGO MONTEIRO BATISTA NOBRE, MARCELO ALVES ARANHA