Dados do Trabalho
Título
COMO MANEJAMOS AS PACIENTES COM PROLAPSOS DE ORGAOS PELVICOS NO NOSSO SERVIÇO? UMA DESCRIÇAO DE EXPERIENCIA
Introdução e Objetivo
Os prolapsos de órgãos pélvicos (POP) são altamente prevalentes e podem causar grande impacto na qualidade de vida das mulheres, restringindo suas atividades e trazendo queixas urinárias, vaginais, sexuais e evacuatórias associadas. Os pessários vaginais são órteses descritas na literatura há muitos anos e pode melhorar os sintomas associados aos POP de maneira rápida, com alguns efeitos colaterais e com baixo custo. O objetivo deste estudo é descrever o protocolo de avaliação e de prescrição de pessários vaginais para pacientes com POP no nosso serviço.
Método
Trata-se de um estudo descritivo longitudinal retrospectivo com mulheres de qualquer idade que apresentem como queixa principal a sensação de peso vaginal, que pode ou não estar associada a queixas urinárias, vaginais, sexuais e/ou fecais. Além disso, a presença de POP deve ser confirmada no exame físico. A avaliação é realizada por uma equipe multidisciplinar que avalia cada paciente no primeiro dia de visita, no dia da colocação definitiva do pessário, no 30º dia de uso do pessário vaginal e, em breve, um ano depois da colocação definitiva.
Resultados
Foram analisados os dados de 50 mulheres, de agosto de 2022 a eevereiro de 2023, com queixa de peso vaginal e com a presença de prolapso de órgãos pélvicos. A idade média da amostra foi de 58,3±13,9 anos, a mediana foi de 3(2-4) gestações, sendo que 43(87,8%) mulheres tiveram parto via vaginal e 15(30%) eram histerectomizadas. Em relação ao tipo de prolapso, quase todas (96%) apresentavam prolapso de parede vaginal anterior e, quanto à graduação do prolapso, 37(75,5%) apresentavam graus I ou II. Das pacientes avaliadas, 44(88%) tiveram indicação do uso de pessários. As outras 06(12%) foram encaminhadas para cirurgia e/ou para a fisioterapia pélvica. O tamanho médio do pessário indicado para as pacientes foi 68 ±12,6mm. Na avaliação miccional funcional por imagem, foi possível observar que a maioria das pacientes apresentavam fluxo em sino antes da colocação do pessário (54,3%) e, com o pessário, passou a estar presente em 88,6% da amostra. Em relação ao resíduo pós-miccional, antes da colocação do pessário a mediana foi de 5(0-38)ml e com o pessário passou a ser 0(0-26)ml.
Conclusão
A análise dos dados deve ser continuada, e é fundamental que o follow up das pacientes seja realizado. Assim, será possível observar se as respostas de curto prazo se manterão no longo prazo, tendo clareza das limitações existentes pelo estudo ser descritivo e retrospectivo.
Área
Disfunções Miccionais: IU / Urologia Feminina / Uroneurologia / Urodinâmica
Instituições
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Bahia - Brasil
Autores
ALCINA TELES, MAURÍCIO VIEIRA, CRISTINA BRASIL, LAIZZA SANTANA, AMANDA LEMOS, MARLI GALLY, ANDREA QUEIROZ, DANIELLE SANTANA MACÊDO SODRÉ, JAINE SOUZA BOMFIM, PATRICIA LORDELO