39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

CANCER DE PENIS, OS DADOS EPIDEMIOLOGICOS PODEM DETERMINAR TENDENCIA DA DOENÇA E COMO CONDUZIR A PREVENÇAO E TRATAMENTO ?

Introdução e Objetivo

Investigar os dados sócios-demográficos, estadiamento, primeiro tratamento recebido,  tipo histológico e evolução pós tratamento dos pacientes com câncer de pênis (CP) no Brasil, durante os últimos 20 anos.  Dessa forma, estabelecer um padrão de acometimento da doença e projetar melhores formas de diagnosticar, tratar e prevenir o CP.

Método

Obtivemos dados do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA), coletados utilizando a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) C60, entre 2000–2020 utilizando o banco de dados do INCA. 

Resultados

Total de 14.446 casos de CP, tabulados no INCA no periodo, media 723 casos/ano. Tabagismo foi mais expressivo, 30% de fumantes e 17% de ex-usuários, sendo significativo o uso de tabaco (p<0.02), com aumento da taxa de pacientes com CP expostos ao tabagismo ao longo do tempo. Avaliando o grau de escolaridade versus consumo de álcool e tabaco, foi significativamente maior nos pacientes com baixo nível de escolaridade (p<0.001). O CP foi mais prevalente em estados com menor renda per capita, sendo mais prevalente na região nordeste, com 45% dos casos. Base diagnostica foi confirmação microscópica em 98% dos casos. Primeiro tratamento foi cirurgia em 70% dos pacientes, seguido quimioterapia + cirurgia (8%), quimioterapia isolada (7%), cirurgia e radioterapia (4%), cirurgia + Radioterapia (4%), radioterapia isolada (5%). Tipo histológico mais prevalente foi  Carcinoma escamocelular (87%), carcinoma verrugoso (3.7%), adenocarcinoma (1.6%), basaloide (1%). Carcinoma verrugoso foi significativamente mais prevalente em pacientes brancos e jovens (p=0,02). Carnioma escomucelular teve significância em pacientes ex-usuarios e usuários de tabaco e bebida alcoólica (p<0.001). Estadiamento pT2 (27%) o mais prevalente. Pacientes jovens, com < 50 anos, representaram 26% do n total de casos e desses, 50% eram tumores T3 e T4. Doença avançada (T3 e T4), aumentou significativamente nos últimos 20 anos (p<0.001). O abandono do tratamento foi mais significantes em pacientes jovens, representando 50%. 

Conclusão

O CP foi mais prevalente em pacientes velhos, regiões mais pobres.  Esta significativamente relacionado ao uso de tabaco, com aumento na taxa de incidência nessa população e de baixo nível educacional. Doença avançada vem aumentando significativamente, assim como os casos em pacientes jovens. Sendo necessário o rastreio e prevenção nessa população para diagnóstico precoce e tratamento.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia - Goiás - Brasil

Autores

ANTONIO FLAVIO SILVA RODRIGUES, JOAO PAULO BARBOSA DE OLIVEIRA, GUSTAVO SANTANA DE LIMA, CAMILA RIBEIRO DE ARRUDA MONTEIRO, DOUGLAS DE PADUA RODRIGUES , FERNANDO FRANCO LEÃO