Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DA RESISTENCIA DE NEISSERIA GONORRHOEAE AOS ANTIMICROBIANOS

Introdução e Objetivo

A gonorreia tem chamado atenção pela redução na eficácia terapêutica, apontado pelo Center for Disease Control and Prevention como um dos maiores problemas de resistência antimicrobiana do planeta. Devido a grande plasticidade genética diversos antimicrobianos têm sido utilizados, porém, para todas as classes o microrganismo desenvolveu resistência. 

Os primeiros casos de resistência simultânea a ceftriaxona e azitromicina foram descritos em 2016. No Brasil, há poucos dados sobre a evolução da bactéria.

Reconhecer o padrão de resistência é um desafio, buscando encontrar uma nova terapêutica adequada. 

 

Objetivo

 

Avaliar a resistência a antimicrobianos em amostras coletadas de secreção uretral em homens sintomáticos para uretrite gonocócica.

Método

Estudo prospectivo, conduzido de acordo com as normas éticas da Declaração de Helsinque e aprovado pelo Comitê de Ética. Envolveu 44 homens, em consentimento com a pesquisa, com 18 anos ou mais e diagnóstico de uretrite, atendidos em um serviço de saúde em Campo Grande - Mato Grosso do Sul no período de maio de 2021 a janeiro de 2023. Amostras de secreção uretral foram coletadas e avaliada a resistência antimicrobiana de Neisseria gonorrhoeae.

Resultados

Quanto ao uso de condón, 38,63% dos pacientes relatam não fazer uso devido a esquecimento, 22,77% por recusa do parceiro, 22,77% relataram nunca usar e 15,90% usaram em todas as relações sexuais. Comportamentos de risco (troca de parceiro nos últimos 3 meses/sexo desprotegido) foram evidenciados em 61,36% dos pacientes.  

Relativo a infecções sexualmente transmissíveis prévias 65,90% relataram algum tipo de contaminação, com prevalência de gonorreia (41,37%) e sífilis (41,37%) seguido de HPV (6,89%), herpes (3,44%), cancro mole (3,44%) e HIV (14,28%). 

Quanto aos sintomas do quadro atual, 90,90% dos pacientes relataram corrimento uretral, 47,72% disúria, 6,81 lesões locais, 4,54% condiloma, 2,27% polaciúria, 2,27% odor fétido durante a micção, 2,27% prurido e 2,27% disfunção erétil. 

De acordo com o agente etiológico 34,09% das amostras foram positivas para N. gonorrhoeae, destas 57,69% foram submetidas ao teste de sensibilidade antimicrobiana. A resistência a antimicrobianos foi positiva em 38,46% amostras, sendo 33,33% apenas ao Ciprofloxacino, 22,22% apenas à Penicilina e 44,44% a ambos os antibióticos. Quanto azitromicina e ceftriaxona todas foram sensíveis.

Conclusão

Foram encontradas amostras resistentes a Ciprofloxacino e a Penicilina. Não se evidenciou amostras resistentes a Azitromicina ou Ceftriaxona. 

Área

Infecção