Dados do Trabalho

Título

ANALISE COMPARATIVA DA DISTRIBUIÇAO ESPAÇOTEMPORAL DO TRANSPLANTE RENAL NO BRASIL NOS ULTIMOS 10 ANOS (2013-2022)

Introdução e Objetivo

Embora seja o terceiro país com maior número absoluto de transplantes renais no mundo, o Brasil enfrenta desafios em termos de realização de transplantes renais, tendo a sua distribuição regional marcada por desigualdades. Assim, objetiva-se analisar a distribuição espaçotemporal dos transplantes de rim no Brasil no período de 2013 a 2022.

Método

Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo realizado por meio de dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde referentes ao transplante de rim de doador vivo e de doador falecido no período de 2013 a 2022. A população das regiões foi considerada de acordo com o Censo Demográfico de 2022. Os dados coletados foram organizados no  programa Microsoft Excel 2016. O mapa de distribuição das Autorizações de Internação Hospitalar aprovadas foi feito por meio do programa QGIS 3.30.3.

Resultados

De 2013 a 2022, foram realizados 47.480 transplantes renais no país, sendo 8.108 (17,07%) de doadores vivos, e 39.443 (83,07%), de doadores falecidos. Houve um crescimento nos transplantes renais de doadores vivos de 2012 a 2019, seguido por uma queda de mais de 50% em 2020 em comparação com o ano anterior. No entanto, nos anos subsequentes, houve um crescimento gradual. O padrão de transplantes renais de doadores falecidos seguiu tendência semelhante, com exceção da queda em 2020, a qual foi de cerca de 17%. Quanto à distribuição geográfica, a região Sudeste se destacou, representando aproximadamente 45,6%, seguida das regiões Sul (21,2%) e Nordeste (16,9%), Centro-Oeste (5,1%) e Norte (2,1%) (Figura A). Ao comparar esses números com a população de cada região, a região Sul apresentou o maior número relativo de transplantes renais, com 41,33 transplantes renais/100.000 habitantes, seguida pela região Sudeste (30,01/100.000 habitantes), Centro-Oeste (16,83/100.000 habitantes), Nordeste (16,63/100.000 habitantes) e Norte (7,14/100.000 habitantes). Figura A. Mapa de distribuição de Autorizações de Internação Hospitalar aprovadas de transplante renal, no Brasil, de 2013 a 2022

Conclusão

O crescimento de transplantes durante os últimos anos evidencia uma melhora do acesso ao procedimento. Entretanto, a queda das doações em 2020 refletiu o cenário da pandemia da COVID-19. Além disso, observou-se grande desigualdade regional, revelando considerável diferença de acesso à saúde no país.