Dados do Trabalho

Título

TUMOR TESTICULAR BILATERAL POR REMANESCENTE ADRENAL SECUNDARIO A HIPERPLASIA ADRENAL CONGENITA – RELATO DE CASO

Introdução e Objetivo

INTRODUÇÃO: Pacientes com hiperplasia adrenal congênita podem apresentar remanescentes de células adrenais em gônadas, que na vigência de tratamento inadequado da doença de base proliferam e geram massas testiculares, geralmente bilaterais. Trata-se de diagnóstico diferencial raro frente às hipóteses mais frequentes para tumores testiculares, mas que neste contexto demanda atenção especial para garantir o tratamento adequado.   OBJETIVO: Apresentar a dificuldade diagnóstica do tumor testicular bilateral por remanescente adrenal secundário à hiperplasia adrenal congênita e relatar caso tratado em nossa instituição.

Método

Relato de caso e revisão de artigos publicados entre 2010 e 2023 disponíveis na base de dados PubMed, abordando o tema de tumores testiculares de remanescente adrenal.

Resultados

Apresentamos um caso de um paciente de 21 anos do sexo masculino em tratamento de hiperplasia adrenal congênita, com queixa de massa testicular em crescimento há 9 meses, indolor. Marcadores tumorais séricos testiculares em níveis normais. Ultrassonografia doppler de bolsa testicular com múltiplos nódulos testiculares hipoecogênicos bilaterais. Tomografia de tórax, abdome e pelve com contraste endovenoso sem evidência de lesões secundárias. Optado por biópsia de nódulo testicular com patologia de congelação no intraoperatório para definição de tratamento conservador ou radical. Exame de congelação evidenciou uma neoplasia maligna pouco diferenciada, favorecendo o diagnóstico de seminoma, sendo optado por prosseguir com orquiectomia radical bilateral. A avaliação anatomopatológica final evidenciou, bilateralmente, um tumor de células oncocíticas. Contudo, a avaliação imuno-histoquímica complementar foi compatível com tumor testicular de síndrome adrenogenital bilateral.

Conclusão

Apesar de raro, o quadro de tumor testicular por remanescente adrenal é passível de tratamento clínico com boa resposta. O conhecimento da patologia por parte da equipe médica e a alta suspeição considerando o antecedente de hiperplasia adrenal congênita são fundamentais para se evitar a orquiectomia, desfecho frequente quando a diferenciação com tumores malignos não é feita.