Dados do Trabalho
Título
A SUPEREXPRESSAO DE TIMP-1 E TIMP-2 ESTA ASSOCIADA A FIBROSE EM UM MODELO ANIMAL DA DOENÇA DE PEYRONIE
Introdução e Objetivo
A doença de Peyronie (DP) é caracterizada pela formação de placas fibróticas na túnica albugínea do pênis, podendo ser acompanhada por dor, curvatura peniana e disfunção erétil. Os tratamentos efetivos são limitados e a cirurgia continua sendo a melhor opção, embora não seja capaz de regredir a doença propriamente dita. Vários componentes participam do processo fibrótico, incluindo as metaloproteinases da matriz e seus inibidores (TIMPs), estes regulam a atividade das metaloproteinases, inibindo sua ação proteolítica sobre os colágenos. Pela importância da remodelação da matriz extracelular, há um interesse crescente em utilizar a inibição de TIMPs, especialmente TIMP-1 e TIMP-2 como estratégia terapêutica em doenças fibróticas, e os pequenos RNAs de interferência (siRNAs), são uma alternativa atraente para diversas patologias, por atuarem no silenciamento de genes. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi estabelecer o modelo animal de DP e avaliar a expressão gênica de TIMP-1, TIMP-2, e componentes da matriz extracelular envolvidos no processo de fibrose, para que no futuro possamos estabelecer um possível mecanismo terapêutico para a DP.
Método
Para estabelecer o modelo in vivo da DP, animais do grupo Fibrose (n = 14) receberam injeções diretamente na túnica albugínea de 100 μL de solução fibrina e 100 μL de solução trombina humana, nos dias 0 e 5. Animais do grupo Controle (n = 6) receberam injeções de solução salina estéril nos mesmos dias. Todos os animais foram eutanasiados no dia 30 do estudo e tiveram o tecido peniano coletado para análises histológicas e de expressão gênica pela técnica de qPCR.
Resultados
O estabelecimento do modelo animal de DP foi confirmado a partir de alterações histológicas na túnica albugínea características de fibrose. Em nossos resultados preliminares, encontramos uma superexpressão significativa de TIMP-1 (p = 0,0339), TIMP-2 (p = 0,0862), TGF-β1 (p = 0,0008), COL1A1 (p = 0,0476) e COL4A1 (p = 0,0016) no grupo Fibrose quando comparado ao grupo Controle. A MMP-9 estava subexpressa significativamente no grupo Fibrose em relação ao Controle (p = 0,0267). Para os genes COL3A1, MMP-1, MMP-2 e LOXL2 não encontramos diferenças estatisticamente significativas entre os grupos.
Conclusão
De acordo com os nossos resultados preliminares, mostramos uma superexpressão de TIMP-1 e TIMP-2 em nosso modelo in vivo da DP. Sendo assim, acreditamos que o silenciamento dessas moléculas pode caracterizar um novo método terapêutico direcionado para a DP.
Área
Ciência Básica
Instituições
FMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
PATRICIA RODRIGUES CANDIDO, RUAN PIMENTA, POLIANA ROMÃO, VANESSA RIBEIRO GUIMARÃES, KARINA SERAFIM DA SILVA, CAROLINA MIE MIOSHI, VICTOR SROUGI, WILLIAM CARLOS NAHAS, KATIA RAMOS MOREIRA LEITE, SABRINA THALITA REIS