39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

UTILIZAÇAO DO RETALHO ESCROTAL DE CECIL PARA CORREÇAO DE PERDA DE PELE DO PENIS. VIDEO PASSO A PASSO DOS DOIS TEMPOS CIRURGICOS

Introdução e Objetivo

A perda de extensa área de tegumento da haste peniana pode ocorrer em diversos cenários tais como no lipogranuloma esclerosante, cavernosite e/ou gangrena de Fournier, sendo de elevada morbidade. Enquanto no lipogranuloma esclerosante a perda da pele ocorrerá secundária a lesão inflamatória que pode culminar com necrose por injeção exógena. Na grangrena de Fournier é mais frequente o acometimento do escroto inicialmente, sendo infrequente o aparecimento da gangrena esclusivamente na haste peniana. Por último, quadro de cavernosite por diversas etiologias pode levar a intenso processo inflamatório dos corpos cavernosos evoluíndo com ruptura da túnica albugínea e compromentimento infeccioso da pele do pênis.

Método

No presente vídeo é descrito caso de indivíduo de 54 anos com quadro de estenose de meato uretral e fossa navicular que evoluiu com quadro de retenção urinária, sendo submetido a tentativa de sondagem uretral com consequente falso trajeto na fossa navicular e concomitante lesão associada da túnica albugínea do corpo cavernoso direito. Paciente evoluiu com quadro de cavernosite associado a fasceíte necrotizante da pele do pênis com necessidade de ressecção cirúrgica do corpo cavernoso e desbridamento de cem por cento da pele da haste do pênis. Video descreve os passos da técnica do retalho de Cecil utilizado para nova cobertura do pele sobre a haste peniana.

Resultados

Com objetivo de recuperar a cobertura da pele e oferecer sensibilidade tátil a haste peniana, foi proposto ao paciente a realização do retalho de Ceci. Procedimento realizado em duas fases. Inicialmente paciente foi tratado com antibióticos com cobertura para gram positivo. Após estabilização infecciosa o paciente foi submetido ao primeiro tempo do procedimento com retirada completa da pele remanescente, camada de Dartros, desbridamento de tecido vitalizado, uretroplastia anterior com enxerto ventral de mucosa oral e tubulização da haste na bolsa testicular. Mantido com sonda uretral por 4 semanas após a uretroplastia. Após 6 meses, paciente foi novamente abordado com a confecção do segundo tempo através de incisão V-Y do escroto e liberação do pênis com a pele escrotal aderida.

Conclusão

Paciente apresenta seguimento de 19 meses em bom estado geral, com satisfação cosmética com procedimento, micção com fluxometria de 18 ml/s. Devido a perda do corpo cavernoso à direita, paciente mantém quadro de disfunção erétil em avaliação para implante de prótese peniana.

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

Hospital Nossa Senhora das Graças - Paraná - Brasil

Autores

RODRIGO KETZER KREBS, CRISTINE BITTENCOURT FERNANDES, ANDRE GUILHERME CAVALCANTI