39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

NEOPLASIA MALIGNA DA BEXIGA: UMA ANALISE COMPARATIVA ENTRE OS SEXOS NO ESTADO DE SAO PAULO

Introdução e Objetivo

O Câncer de Bexiga constitui o 2º tipo mais comum de neoplasia do trato urinário e de expressiva morbimortalidade no Brasil e no estado de São Paulo. Estima-se que se trata da 7ª causa mais frequente de câncer no sexo masculino e a 10ª quando considerados os dois sexos. Tal patologia acomete mais indivíduos de etnia branca e a partir da 6ª década de vida. Um estudo epidemiológico recente estimou a mortalidade de Câncer de Bexiga para 2023 nos Estados Unidos da América em 12.160 para homens e 4.550 para mulheres. Devido as variações em relação a gênero, etnia e a constante mudança nas tendências epidemiológicas, uma atualização em relação a esses dados em nosso cenário é necessária.

Método

Trata-se de estudo ecológico com abordagem quantitativa, descritivo e de caráter temporal. A partir da base de dados do Sistema Único de Saúde, foram avaliadas as hospitalizações por Neoplasia de Bexiga, no estado de São Paulo, durante o período compreendido entre janeiro de 2018 e novembro de 2022. Foram utilizadas as seguintes variáveis: números de internações e de óbitos, valores total e médio da internação e taxa de mortalidade de acordo com sexo masculino e feminino e com faixas etárias pré-estabelecidas.

Resultados

Observou-se que foram maiores no sexo masculino: o número total de internações (22.689 vs 8.993) e o número bruto de óbitos (1.256 vs 536). A média de tempo de internação foi semelhante entre os sexos (± 3,8 dias). Contudo, a taxa de mortalidade foi maior no sexo feminino – 5,99 vs 5,54 (Tabela 1). O Câncer de Bexiga foi mais prevalente na faixa etária de 60-69 anos tanto no grupo dos homens como no das mulheres (Tabela 2) e a mortalidade mostrou-se crescente nas décadas subsequentes. A prevalência da doença foi maior na etnia Branca, mas a taxa de mortalidade mostrou-se mais acentuada nos indivíduos Amarelos seguidos dos Negros (Tabela 3).

Conclusão

Os homens apresentam maior prevalência de Câncer de Bexiga, mas as mulheres cursam com maior taxa de mortalidade em análise comparativa nos últimos 5 anos no estado de São Paulo. Diversos fatores podem estar envolvidos nesse processo: faixa etária acometida, modificações no perfil de tabagismo entres os sexos, apresentação dos sintomas e busca por atendimento médico, sendo necessários estudos mais aprofundados para analisar esse fenômeno e suas repercussões.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

ANDRE CLAUDIO ROCHA, RAUL CAETANO BRAGA SIMOES, PALOMA MENEZES DE SOUZA, HENRIQUE ASSIS DE OLIVEIRA, MATHEUS FIGUEIREDO SILVA, JOSE HENRIQUE GONCALVES DE TOLEDO, LUIS CESAR ZACCARO DA SILVA