Dados do Trabalho
Título
NEOPLASIA MALIGNA DE BEXIGA: UM ESTUDO DE PADROES DE MORBIMORTALIDADE NO CONTEXTO BRASILEIRO
Introdução e Objetivo
O câncer de bexiga posiciona-se como a décima neoplasia mais comum no mundo. No contexto brasileiro, a obtenção de informações precisas acerca das tendências do carcinoma urotelial é desafiada pela escassez de dados confiáveis. Consequentemente, caracterizar epidemiologicamente esse tipo de câncer na população brasileira torna-se uma tarefa complexa e importante. O presente estudo tem como objetivo conhecer aspectos epidemiológicos, como a incidência e medidas de morbimortalidade do câncer de bexiga na população brasileira entre os anos de 2015 e 2021.
Método
Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo e exploratório com dados de incidência, morbimortalidade e letalidade por local de residência em decorrência do câncer de bexiga. Todos os dados foram retirados da plataforma DATASUS. Quanto ao período e o local do estudo, foi de 2015 a 2021 abrnagendo as 5 grandes regiões brasileiras. Foi considerado o diagnóstico C67 da CID-10. Gráficos foram produzidos via Excel para melhor visualização dos dados obtidos.
Resultados
O Brasil tem uma área de 8.510.000 km², dividido em 5 regiões. A população passou de 203.475.683 habitantes em 2015 para 213.317.639 habitantes em 2021. Durante esse período, houve 120.326 internações por câncer de bexiga, com aumento até 2019 e leve queda posterior. As taxas de incidência variaram entre as regiões, sendo a Região Sul a mais alta e a Região Norte a mais baixa. Os homens apresentaram taxas de incidência mais altas que as mulheres. Os óbitos aumentaram com a idade, especialmente acima de 50 anos. A taxa de mortalidade por câncer de bexiga foi de 14,74 por 100.000 habitantes, sendo mais alta no Sul e mais baixa no Norte. A maioria dos casos ocorreu em pacientes brancos e 68,27% das mortes foram de homens. A taxa de letalidade foi de 25,54%, sendo mais alta na Região Norte. Os óbitos por câncer de bexiga representaram apenas 1,95% de todas as mortes por neoplasias.
Conclusão
No Brasil, o câncer de bexiga segue padrões de incidência conforme a literatura, relacionados a gênero e etnia. Apesar da baixa incidência, ele representa uma carga socioeconômica relevante devido às múltiplas internações e tratamento cirúrgico. As taxas de incidência e óbitos variam entre as macrorregiões, com maior predisposição na região sul. Isso pode ser atribuído à coleta de dados limitada no norte e aos altos índices de poluição e tabagismo no sul e sudeste. Esses fatores demandam estudos e políticas para os fatores de risco e tratamento desse câncer no sistema de saúde brasileiro.
Área
Uro-Oncologia
Instituições
UFPE - Pernambuco - Brasil
Autores
MATHEUS SAMPAIO SERRANO, GABRIELA CAVALCANTE MELO, GUILHERME CAVALCANTE FREITAS, VINICIUS COBEL ASSIS, MARIANA VIEIRA NEVES, ERICH ROBERTO SANTOS, RICARDO JOSÉ CAVALCANTI, JOÃO VICTOR IPIRANGA, MATHEUS BATISTA ARAUJO, TIAGO DE ANDRADE MONTEIRO