39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DO UPSTAGING EM PACIENTES SUBMETIDOS A PROSTATECTOMIA RADICAL E O IMPACTO NA SOBREVIDA EM UM SERVIÇO PUBLICO DE RESIDENCIA MEDICA DO ESTADO DE SP

Introdução e Objetivo

A neoplasia de Próstata é uma doença de grande importância epidemiológica. A heterogeneidade de apresentação da doença torna seu diagnóstico e manejo um desafio para o urologista. Os principais fatores considerados para estratificação em grupos de risco incluem dosagem de Antigeno prostatico Especifico (PSA), exame digital e a classificação histopatológica segundo a Sociedade Internacional de Patologia Urológica (ISUP) em biópsias. Baseados nesses fatores os pacientes são classificados em baixo, intermediário e alto risco. A discordância entre o ISUP da biópsia com o da peça cirúrgica pode alterar a classificação de risco do paciente. Desta forma, descreve-se os estadiamentos do paciente ao diagnóstico e após tratamento cirúrgico, a fim de verificar a importância do upstaging na amostra estudada.

Método

Avaliou-se 187 pacientes submetidos a prostatectomia radical em um hospital público do estado de SP entre janeiro de 2018 a julho de 2019.

Resultados

Entre os 187 pacientes avaliados a mediana de idade foi de 64 anos (58-68). A mediana de tempo entre a primeira consulta e o tratamento cirúrgico foi de 97 dias (71-136). Apresentaram ISUP 1 ao diagnóstico por biópsia um total de 75 pacientes (40,1%), após o tratamento cirúrgico e avaliação histopatológica da peça anatômica 36 pacientes (48%) mantiveram essa classificação. Avaliando-se a recidiva bioquímica, no grupo ISUP 1 ao diagnóstico, 59 pacientes (45,7%) não apresentaram progressão de doença, enquanto 15 pacientes (26,3%) apresentaram, desses, 10 pacientes (66.7%) apresentaram upstaging após a cirurgia. Em relação a estratificação de risco ao diagnóstico, 67 pacientes (35,8%) apresentavam baixo risco, já na re-estratificação esse número reduziu para apenas 4 pacientes (2,1%). Na avaliação dos 67 pacientes com  baixo risco ao diagnóstico, 14 (24,6%) apresentaram recidiva bioquímica, desses, 13 pacientes (92.8%) apresentaram upstaging após cirurgia. A mortalidade global foi de 3 pacientes (4,47%), dois desses sofreram upstaging, porém, nenhum relacionou-se a neoplasia.

Conclusão

Verificou-se uma grande porcentagem de pacientes, baixo risco ao diagnóstico, em que ocorreu upstaging, por discordância do ISUP da biópsia com o da peça anatômica, após prostatectomia radical. Nota-se que dentre os pacientes com progressão de doença, a maioria deles apresentou upstaging dado que não reflete em aumento de mortalidade, haja visto que os óbitos ocorridos não se relacionaram a neoplasia.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Faculdade de Medicina de São Jose do Rio Preto - FAMERP/FUNFARME - São Paulo - Brasil

Autores

JOAO HENRIQUE GODOY RODRIGUES, MURILLO DE SOUZA TUCKUMANTEL, JULIA AVELINO SARAIVA, VINICIUS PEREIRA PERASSOL, GUSTAVO SANTANA GARCIA, GABRIEL AZAMBUJA BEIGIN, JOSÉ CARLOS MESQUITA, MARCELO CARTAPATTI DA SILVA, CAIÃ CABRAL FRAGA CARVALHO, HENRIQUE RABELO CORTINES