39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO DA QUALIDADE DE VIDA E SUCESSO CIRURGICO EM PACIENTES SUBMETIDOS A URETROPLASTIA EM CASOS DE PAN-ESTENOSES URETRAIS

Introdução e Objetivo

A estenose uretral é um processo constituído por inflamação e formação de esclerose e fibrose tecidual. A formação dessa fibrose levando ao estreitamento do lúmen uretral e, dependendo do grau e local do acometimento uretral, ao início dos sintomas . O estreitamento do canal uretral que pode causar sintomas de armazenamento e esvaziamento, além de afetar a função sexual, os quais levam a impactar na qualidade de vida dos pacientes acometidos. 

O tratamento da estenose uretral e do estreitamento uretral depende do tamanho, local e etiologia.  Os tratamentos são diversos, desde técnicas minimamente invasivas como a uretrotomia interna, uretroplastias anastomóticas e as uretroplastia com enxertos ou retalhos  Os estreitamentos uretrais longos,  acima de 6 cm, são um desafio para os urologistas, já que é necessário o uso de grande volume de tecidos para correção dos defeitos.  

O uso de enxerto de mucosa oral na uretroplastia se tornou a opção mais popular pelos cirurgiões.  Kulkarni et al. descreveram o uso de enxertos da mucosa oral para reconstrução uretral através de uma única incisão perineal, permitindo a preservação dos componentes penianos, anatomia, funcionalidade e cosmética.  Diversos autores utilizaram a reconstrução uretral com enxerto de mucosa oral, apresentando resultados favoráveis de curto a médio prazo. 

Método

Estudo observacional, descritivo, retrospectivo e prospectivo. Selecionados pacientes estenoses de uretra > 6cm tratados no IAMSPE de 2010 a 2022. Avaliados antes e após a cirurgia quanto ao padrão miccional, IPSS, IIEF-5 e USS-PROM.

Resultados

Diferença significativa entre fluxo urinário pré e pós cirúrgico indicando melhora após a cirurgia, entre o IPSS e o Q-ICIQM (ambos escores cairam no pós cirúrgico). IEEF-5 sem diferença significativa.

Conclusão

Nosso estudo demonstrou que houve melhora na percepção dos pacientes a respeito dos sintomas urinários e sua qualidade de vida, assim como melhora do fluxo urinário. A satisfação do paciente foi alta devido aos bons resultados funcionais e ao baixo índice de complicações. Outro ponto importante foi a não diferença da função erétil entre o pré e o pós-operatório, o que nos transmite que as uretroplastias do presente estudo, apesar das panestenoses e maior mobilização de estruturas locais, não afetou a função erétil dos pacientes. Embora a taxa de sucesso seja alta, há falta de informações na literatura sobre os fatores que afetam a taxa de sucesso.

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

IAMSPE - São Paulo - Brasil

Autores

MARINA GRZYBOWSKI PARANHOS, MATHEUS VIEIRA, LUCAS NASCIMENTO, LUIS SEABRA RIOS, RENATO PANHOCA, ANDRE MOEDA, LANA MOREIRA, ARTHUR ALCARAZ, MATHEUS SALES BEZERRA, WAGNER APARECIDO FRANCA