39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

IMPLICAÇOES CLINICAS DAS MONOAMINA OXIDASES NO CANCER DE BEXIGA NAO-MUSCULO INVASIVO: POTENCIAL ALVO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS ESTRATEGIAS TERAPEUTICAS

Introdução e Objetivo

Como o prognóstico geral do câncer de bexiga (CB) não mudou nos últimos 30 anos, há uma necessidade médica premente de desenvolver novas abordagens diagnósticas e terapêuticas. As monoamina oxidases (MAOs) A e B são isoenzimas oxidativas que catalisam a conversão de aminas biogênicas em seus correspondentes aldeídos e cetonas por meio da desaminação oxidativa. Recentemente, a expressão de MAOs foi associada a metástases e diminuição da sobrevida global em vários tipos de cânceres. No entanto, o papel das MAOs no câncer de bexiga ainda é pouco explorado. Assim, nosso estudo caracterizou o perfil imunoistoquímico das MAOs nas amostras tumorais de bexiga, para verificar a relevância desses biomarcadores no diagnóstico, estratificação de risco, prognóstico e previsão de resposta a terapias. 

Método

Um total de 30 amostras de bexiga fixadas em formalina e embebidas em parafina foram obtidas de pacientes de 34 a 96 anos (média de 65 anos) com diagnóstico de CB provenientes do Hospital Municipal de Paulínia/ Brasil, foram divididas em 03 grupos (n= 10 amostras por grupo): Grupo 1: câncer de bexiga não-músculo invasivo (CBNMI) inicial; Grupo 2: CBNMI irresponsivo (recidivado, refratário, intolerante) a oncoBCG e; Grupo 3: câncer de bexiga músculo invasivo. Posteriormente, as amostras foram submetidas às análises imunoistoquímicas para MAO-A e MAO-B. O estudo retrospectivo anônimo foi aprovado pelo comitê de ética local (Ensaio Clínico: RBR-6swqd2).

Resultados

Nossos resultados demonstraram que as imunorreatividades totais para MAO-A foram significativamente maiores (p<0,01) nos Grupos 1 e 2 em relação ao Grupo 3. Ainda, não houve diferença estatisticamente significativa de imunorreatividade total para MAO-A entre os Grupos 1 e 2. Interessantemente, as imunorreatividades totais para MAO-B não seguiram o mesmo padrão em relação as imunorreatividades para MAO-A. Os Grupos 2 e 3 apresentaram as maiores imunorreatividades (p<0,01) para MAO-B em relação ao Grupo 1.

Conclusão

Assim, nossos resultados demonstraram a importância clínica dos perfis imunoistoquímicos das MAOs no CB, uma vez que a MAO-A pode ser considerado um marcador de doença superficial, enquanto a MAO-B pode ser considerado um indicador de progressão de doença, presente tanto na condição de irresponsividade à BCG quanto na doença músculo invasiva. 

Área

Uro-Oncologia

Instituições

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - São Paulo - Brasil

Autores

JOAO C C ALONSO, BIANCA RIBEIRO SOUZA, GABRIELA CARDOSO ARRUDA CAMARGO, GABRIELA OLIVEIRA, ISADORA MANZATO ROBERTO, MONALIZA ÁVILA, LEANDRO LUIZ LOPES FREITAS, WAGNER JOSÉ FÁVARO