39° Congresso Brasileiro de Urologia

Dados do Trabalho


Título

A CURVA DE APRENDIZADO DO RESIDENTE DE UROLOGIA PARA PROSTATECTOMIA RADICAL CONVENCIONAL É SIMILAR A DO STAFF INICIANDO PROSTATECTOMIA RADICAL ROBÔ-ASSISTIDA?

Introdução e Objetivo

Sabe-se que a cirurgia minimamente invasiva obtém melhores resultados quando se analisam perda sanguínea, transfusão sanguínea e tempo de internação, por exemplo. Estima-se 10 casos para a curva de aprendizado simples da cirurgia radical de próstata robô-assistida. Até onde sabemos, nosso trabalho é o primeiro com o objetivo de analisar os resultados de cirurgias de prostatecmia convencional realizadas por residentes de urologia, comparando-os aos resultados de prostatectomia robô-assistida, realizadas por esses mesmos cirurgiões, após completarem sua formação em urologia.

Método

Foi realizada análise retrospectiva de 106 pacientes submetidos a prostatectomia radical convencional (grupo A com 50 pacientes), e robô-assitida (grupo B com 56 pacientes). Os 3 cirurgiões que operaram os pacientes do grupo A eram do 3º e último ano do programa de residência médica em urologia e iniciantes nesta modalidade de cirurgia, porém com experiência em cirurgia aberta de no mínimo 4 anos. Os mesmos cirurgiões, já urologistas formados, iniciaram seu treinamento em cirurgia robótica e operaram 56 pacientes (grupo B).

Resultados

Para a análise comparativa, foram coletados dados de 13 variáveis, e observamos como resultados, que não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos para idade (p = 0,091), quantidade de linfonodos retirados (p = 0,986), margem cirúrgica positiva (p > 0,05), recidiva bioquímica (p > 0,05), classificação de risco (p > 0,05) e incontinência urinária (p > 0,05). O tempo cirúrgico foi maior no grupo B (p < 0,01). Já o tempo de internação (p < 0,001), volume do dreno (p < 0,001), tempo de dreno (p < 0,001), tempo de CVD (p < 0,001), índice de complicações (p < 0,05) e níveis de disfunção erétil no terceiro e sexto meses, foram maiores no grupo A (p < 0,05). Não houve melhora evolutiva da disfunção erétil ao longo dos meses nos dois grupos (p > 0,05), e houve percepção de melhora da incontinência urinária do 1º para o 3º mês no grupo A (p = 0,017), e do 1º para o 6º mês, e do 3º para o 12º mês, no grupo B (p < 0,01).

Conclusão

Concluímos que a curva de aprendizado da prostatectomia robô-assistida é equivalente à curva da prostatectomia radical convencional. De forma geral, os resultados para o grupo robótico mostraram-se melhores, entretanto, os resultados funcionais revelaram-se semelhantes entre os grupos, com uma leve tendência de vantagem para o braço robótico.

Área

Uro-Oncologia

Instituições

HNMD - UERJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

RODRIGO DA SILVA PIRES, CLAUDIO WILLIAM ALVES PEREIRA, LUCIANO ALVES FAVORITO